Indicado ao BC

Aquino diz que 'aposta no arcabouço fiscal como indutor na queda da taxa juros'

O indicado pelo presidente Lula ao cargo de diretor de Fiscalização do BC falou nesta terça (4) em sabatina na CAE do Senado, onde já teve seu nome aprovado

Por Lucyenne Landim
Publicado em 04 de julho de 2023 | 13:54
 
 
 
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O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo de diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton Aquino, defendeu, nesta terça-feira (4), a aprovação da proposta do novo arcabouço fiscal -em substituição à regra do teto de gastos públicos- como uma "aposta" indultora à redução da taxa de juros, atualmente em 13,75%. 

A fala foi feita durante sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele e o indicado para ser diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, só assumem os cargos se receberam o aval do colegiado e do plenário do Senado, que reúne os 81 senadores.

"Sim, o arcabouço fiscal vai contribuir, também do ponto de vista de estabilidade. No último relatório, a gente deixou claro que o arcabouço fiscal, sendo aprovado, melhora-se o ambiente do país. [...] A última ata do comitê [Comitê de Política Monetária - Copom] deixa claro que o arcabouço fiscal reduz, substancialmente, as incertezas em torno do risco fiscal. Então, a gente aposta muito no arcabouço fiscal, na redução das incertezas, que pode ser um indutor relevante para a redução das taxas de juros no devido momento", disse.

O projeto do novo arcabouço fiscal já foi aprovado pela Câmara e pelo Senado, mas precisa de uma nova votação pelos deputados por conta de mudanças no texto feitas pelos senadores. A proposta fixa limites para o crescimento da despesa primária e define um reajuste anual pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), além de um percentual sobre o crescimento da receita primária.

Os gastos podem crescer até os seguintes limites: 70% da variação real da receita, caso a meta do ano anterior ao da elaboração da lei orçamentária anual tenha sido cumprida; ou 50% da variação real da receita, caso a meta do ano anterior ao da elaboração da lei orçamentária anual não tenha sido alcançada.

Ficou de fora da regra, pelo texto aprovado no Senado, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), principal fonte de fomento da educação básica do país. Assim como o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), montante repassado anualmente da União ao DF para despesas de segurança e serviços básicos.

Quem é Ailton Aquino, indicado para ser diretor de Fiscalização do BC

Ailton Aquino dos Santos é servidor de carreira do Banco Central desde 1998. Ele é graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Direito pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e possui especializações em Engenharia Econômica de Negócios e em Direito Político.

Aquino já chefiou a Auditoria Interna do BC e atua, hoje, no comando do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira da instituição monetária. Se tiver sua indicação aprovada pelo Senado, irá substituir Paulo Sérgio Neves de Souza e será o primeiro negro a ocupar um cargo na cúpula do BC.

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