DISPUTA

Chico Alencar assume favoritismo de Lira, mas acredita na reversão do quadro

Ele foi lançado no sábado (21) pelo PSOL para disputar a presidência da Câmara dos Deputados contra o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL)

Por Gabriela Oliva
Publicado em 24 de janeiro de 2023 | 08:00
 
 
 
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Lançado pelo PSOL para disputar a presidência da Câmara dos Deputados contra o atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), o parlamentar eleito Chico Alencar falou à reportagem de O TEMPO sobre as expectativas e articulaçôes para a sua eleição. Classificando seu nome como “necessário” e “progressista”, o político fez críticas ao seu rival político e disse acreditar em uma reversão do favoritismo de Lira. 

O deputado do PSOL falou em entrevista que a sua candidatura é necessária porque “a estrutura do parlamento não comporta somente uma candidatura única”, fazendo referência a Lira. Segundo ele, o atual presidente da Câmara representa “a velha tradição política brasileira”.

“Lira fez uma gestão centralizada, vertical, e fez do orçamento público um meio de formar castas de apaniguados. Não tenho nada pessoal contra ele, mas uma divergência da gestão e condução do parlamento”, disse.

Alencar assumiu o favoritismo do seu adversário, mas acredita ser possível reverter o quadro. O partido do deputado eleito é o primeiro a lançar candidatura contra o atual presidente da Casa. Atualmente, 16 partidos já aderiram à reeleição de Lira, entre eles, o PT, de Lula e o PL, de Jair Bolsonaro.

“É verdade que tudo indica que ele tenha esse favoritismo, já está sendo convidado para reuniões. Ele tem a máquina na mão. Já está negociando comissões e mesa diretora, quase um imperador. É claro que o conjunto 513 deputados não pode ser radiografado na sua plenitude neste momento (pela renovação). Tenho expectativa do meu programa para reverter esse quadro”, disse.

Atualmente vereador no Rio de Janeiro, Chico Alencar retornará à Câmara dos Deputados em fevereiro. Ele foi deputado federal por quatro mandatos. Historiador e professor universitário, Chico foi filiado ao PT até 2005, quando rompeu os laços para criar o PSOL.

À reportagem de O TEMPO, o político afirmou que a sua candidatura quer expressar que há vozes e cabeças independentes no parlamento.

“Precisamos sair do caminho da pequena política, do toma lá dá cá, para fazer do Congresso uma usina de propostas para o Brasil, um espaço de divergência e senso civilizado”, disse, enfatizando que sob sua liderança “não haverá complacência” para quem ataca a democracia.

Ele revelou  alguns dos pontos da reportagem de O TEMPO, que serão, segundo o deputado, ocuidado ambiental , fiscalização orçamento, foco no social, educação pública, revitalizar SUS e ciência e tecnologia. “Não se pode ficar preso em uma pauta moral ou de costumes. Não podemos desviar o assunto”, declarou.

Alternativa

Segundo a líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim, o lançamento da candidatura de Chico Alencar à presidência da Câmara representa uma alternativa aos deputados progressistas, especialmente aqueles que ajudaram a eleger Lula e que sabem “do risco” de eleger Lira. A eleição da nova Mesa Diretora da Câmara ocorrerá no dia 1º de fevereiro, data em que tem início a 57º legislatura.

“Nós sabemos a força que a candidatura do Arthur Lira tem, até pelo que foi o orçamento secreto nesses últimos quatro anos. Que serviu para consolidar à época como a base de apoio pró-Bolsonaro, mas também para ele mesmo. Não é à toa que ele é o favorito nas mais diversas legendas. No entanto, isso não nos inibe de lançar uma candidatura. E que represente um programa progressista", disse.

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