O Conselho de Ética do Senado abriu, nesta quarta-feira (14), processos contra cinco senadores. Entre eles, Chico Rodrigues (PSB-RR), flagrado pela Polícia Federal com dinheiro na cueca em outubro de 2020. Na ocasião, ele tentou esconder R$ 33 mil em espécie durante uma operação em sua casa, em Roraima, sobre desvio de recursos destinados ao combate à pandemia de Covid-19.
A representação contra Chico Rodrigues foi apresentada pelos partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade e tratam especificamente sobre o caso do flagrante com dinheiro. Na denúncias, as siglas citaram que o ocorrido "envergonha o Senado e a sociedade brasileira como um todo". O relator do caso será o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Também serão alvos de processos os senadores Cid Gomes (PDT-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO), Styvenson Valentim (Podemos-RN) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Este último, líder do governo no Congresso Nacional, foi alvo de denúncia pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) por um vídeo com ataques ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O relator será o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Cid Gomes foi representado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que acusou um discurso do senador com "palavras por demais injuriosas". Na ocasião, Cid Gomes declarou que Lira era "um achacador, uma pessoa que no seu dia a dia, a sua prática é toda voltada para a chantagem". O relator será o senador Davi Alcolumbre (União-AP).
O senador Jorge Kajuru é alvo de dois processos abertos nesta quarta. Um deles foi apresentado pelo ex-senador Luiz do Carmo (PSC-GO) sobre uma publicação nas redes sociais em que Kajuru apontou gastos supostamente desnecessários de políticos com consultorias. A segunda denúncia é do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre outra publicação com uma gravação telefônica “clandestina” com Jair Bolsonaro. Os relatores serão, respectivamente, os senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Zenaide Maia (PSD-RN).
A ação contra Styvenson Valentim foi feita pela ex-deputada Joice Hasselmann (PSDB-SP). Ela acusa o senador de ironizar uma agressão sofrida “numa demonstração de desrespeito às mulheres e ofensa à honra da [ex-]deputada”. O relator será o senador Hiran Gonçalves (PP-RR).
Flávio Bolsonaro teve adiada a análise sobre uma denúncia que cita uma suposta "ligação forte e longeva [do senador] com as milícias no Rio de Janeiro", apresentada pelo PSOL, Rede e PT adiada. Outra ação, protocolada pelo ex-deputado Alexandre Frota (PROS-SP) foi arquivada. Esta acusava Flávio Bolsonaro de "crimes de improbidade administrativa, peculato e associação criminosa, tudo em tese, que vem sendo apuradas pelo Ministério Público".
Também tiveram denúncias arquivadas Davi Alcolumbre, Jayme Campos (União-MT), Humberto Costa (PT-PE) e Damares Alves (Republicanos-DF), além do ex-senador Paulo Rocha (PT-PA). A decisão pelo arquivamento de denúncias pode ser revertida se recursos apresentados em até dois dias úteis forem aceitos. As punições podem variar entre advertência e perda do mandato.
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