OPOSIÇÃO

CPI do MST prepara ofensiva contra o governo Lula em agosto

Comissão pode votar convite a Rui Costa e vai ouvir Gonçalves Dias, ex-GSI, além de líder do MST; Foro de São Paulo também está na mira

Por Levy Guimarães
Publicado em 30 de julho de 2023 | 21:11
 
 
 
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) retoma os trabalhos em agosto mirando quadros do governo Luiz Inácio Lula da Silva e líderes da esquerda.

A CPI do MST é controlada por bolsonaristas, que são maioria no colegiado, e tem como relator o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Jair Bolsonaro.

Nesta terça-feira (1), está previsto o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Lula, o general Gonçalves Dias. Os deputados querem que ele explique quais ações a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI, realizou para monitorar invasões de terra no período em que foi ministro, de 1º de janeiro a 19 de abril deste ano.

Na última sexta-feira (28), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, negou o pedido do ex-ministro para não comparecer à oitiva. O militar, porém, terá o direito de permanecer em silêncio.

Também nas próximas semanas, a CPI pode votar um requerimento de convite ao ministro da Casa Civil, Rui Costa. Um pedido de convocação, quando o depoente é obrigado a comparecer, chegou a ser pautado em junho, mas após acordo entre governistas e oposição, o documento foi convertido em convite.

O requerimento, de autoria de Ricardo Salles, afirma que Rui Costa, quando foi governador da Bahia de 2015 a 2022, “não empreendeu esforços para impedir atos de invasões de terra nem para garantir a propriedade privada”. E cita que o ministro chegou a criticar a presença da Força Nacional nos assentamentos do extremo-sul baiano.

Movimentos sociais e Foro de São Paulo

A partir de agosto, a comissão também irá convocar para depor o presidente do MST, João Pedro Stédile, e o líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha.

Além disso, pode ser pautado um requerimento de convocação da secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente. O objetivo é ligar o MST a governos autoritários de esquerda da América Latina, como Cuba e Venezuela, além das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo guerrilheiro paramilitar que tem envolvimento com o tráfico de cocaína naquele país.

Mônica Valente já foi secretária de Relações Internacionais do PT e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tem forte ligação com o partido. Ela é esposa do ex-tesoureiro da legenda, Delúbio Soares, preso e condenado no escândalo do Mensalão.

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