Instituto repudia fala antissemita de Magno Malta durante a sabatina de Zanin

O Instituto Brasil-Israel (IBI) repudiou, nesta quinta-feira (22), o discurso do senador Magno Malta (PL-ES) no final da tarde de quarta (21), durante a sabatina do advogado Cristiano Zanin no Senado Federal, em que ele fez uma declaração de cunho antissemita.

Em sua fala, citando o senador Davi Alcolumbre (União Brasil), que é judeu, Malta disse: "Davi não estava aqui, acho que era até vereador, ou era só vendedor mesmo, porque é judeu, vive pra cima e pra baixo", afirmou.

A entidade cita que a fala do senador "ilustra com clareza um fenômeno que se repete em um determinado segmento da extrema-direita brasileira".

"Magno Malta, que sempre fez questão de se colocar publicamente como admirador de Israel, escancara o preconceito recorrendo a uma ideia que associa e generaliza o povo judeu ao acúmulo de riqueza. Um exemplo clássico mostrando, como um imaginário filossemitismo, pode também estar associado ao mais tradicional antissemitismo", explicou o jornalista Morris Kachani, diretor-executivo do IBI.

Ainda segundo Kachani, “a comunidade judaica é diversa, tanto no Brasil quanto no mundo. A ideia de tratar pessoas de todo um povo como um bloco monolítico já é, em si, prejudicial. Desumaniza, tira a singularidade de cada indivíduo. Além disso, falsa associação de judeus ao poder foi o que levou a perseguições históricas, como na Alemanha da década de 30, e nos Pogroms russos”.

Na noite de quarta, o plenário do Senado aprovou o nome de Cristiano Zanin para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. O placar foi de 58 votos favoráveis e 18 contrários. A decisão aconteceu após a sabatina do advogado por quase 8 horas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele ocupará a vaga de Ricardo Lewandowski. 

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