Ministro da Educação vai à Câmara explicar demissões no Inep

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados recebe, nesta quarta-feira (17), o ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele vai ao colegiado explicar os recentes pedidos de exoneração de funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Texeira (Inep), responsável por elaborar e organizar o Enem.

Nos últimos dias, 37 servidores pediram demissão de seus cargos alegando fragilidade técnica e administrativa na gestão e inaptidão do presidente do órgão, Danilo Dupas. Também foram relatados casos de assédio moral por parte dele.

As exonerações acontecem às vésperas da realização do Enem, marcada para os dias 21 e 28 de novembro. Parte desses servidores estão diretamente envolvidos com a realização do exame, incluindo dois coordenadores gerais do Inep.

Outro fator que contribuiu para a aprovação do requerimento foi a declaração do presidente Jair Bolsonaro, na última segunda-feira (15), de que o Enem “começa a ter a cara do governo”. A frase causou incômodo nos parlamentares, que na audiência, devem interpelar o ministro sobre o tema.

Em entrevista à CNN Brasil, Milton Ribeiro negou que tenha havido interferência no conteúdo das provas.

“As provas já foram impressas há meses. Não há como interferir, nem eu, nem o presidente do Inep, nem o presidente da República. Essa ideia de que houve interferência é uma narrativa de alguns que querem politizar a educação", disse.

Ministro da CGU

Também foi aprovado um convite ao ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, para apresentar as ações realizadas pela CGU no âmbito do Inep.

A princípio, o requerimento também era uma convocação, mas em conversa com o ministro, os deputados aceitaram transformar em convite. Wagner Rosário se comprometeu a comparecer à comissão no dia 1º de dezembro.

Autor do requerimento, o deputado Idilvan Alencar (PDT-CE) criticou as respostas apresentadas pelo presidente do Inep na audiência da semana passada. Segundo ele, o ministro Milton Ribeiro vai ao colegiado “praticamente todo mês” e não esclarece as dúvidas dos parlamentares e, por isso, “a solução não vai partir do próprio MEC”.