8 de janeiro

‘Outros senadores foram convidados para dar golpe’, diz Aziz a do Val na CPMI

Omar Aziz mencionou suposto plano de golpe encabeçado por Bolsonaro; Marcos do Val disse que teria sido chamado pelo ex-presidente para colher provas contra Alexandre de Moraes

Por Renato Alves
Publicado em 25 de maio de 2023 | 11:36
 
 
 
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O senador Omar Aziz (PSD-AM) acusou “outros senadores” de gravar ministro “para dar um golpe”. Ele deu a declaração na manhã desta quinta-feira (25) ao rebater as críticas de Marcos do Val (Podemos-ES) sobre a escolha de Eliziane Gama (PSD-MA) para a relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. 

Marcos Do Val disse que a senadora seria parcial por ser amiga do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) – alvo de bolsonaristas na CPMI. 

“Primeira coisa que devemos deixar claro é que temos que buscar a imparcialidade. Não tem condições de Eliziane Gama ser a relatora porque ela tem uma relação de amizade com o ministro Flávio Dino. Não me parece adequado”, disse Marcos Do Val.

Em resposta, Aziz mencionou suposto plano de golpe encabeçado por Jair Bolsonaro (PL), revelado pelo próprio Marcos do Val, que, em fevereiro, disse que teria sido chamado pelo ex-presidente para colher provas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A senadora Eliziane é uma senadora igual a todos nós. Eu também sou amigo de Dino e ministros de Lula. Assim como aqui tem pessoas amigas e parentes do ex-presidente Bolsonaro. Diferentemente de outros senadores que foram convidados para gravar ministro para dar um golpe, Eliziane não tem nada assim no currículo dela”, afirmou Aziz no início da primeira sessão da CPMI, que serviu para definir os integrantes do colegiado. 

O presidente será o deputado federal Arthur Maia (União-BA). Ao todo, a CPMI será composta por 32 membros titulares – 16 senadores e 16 deputados – com igual número de suplentes.

Otto Alencar para Marcos do Val: “Aqui não é delegacia de polícia”

Antes do embate com Aziz, Marcos do Val já havia sido advertido por Otto Alencar (PSD-BA), que estava na condição de presidente interino da comissão. Após seu pronunciamento, do Val tentou interromper a fala do colega Eduardo Girão (Novo-CE). Alencar pediu silêncio. Diante da insistência de do Val, subiu o tom:

“Vossa excelência está sendo antiético, interrompendo o seu colega. Sei da sua procedência na polícia, aqui não é delegacia de polícia não, se mantenha calado. Se comporte como senador, o senhor não tem se comportado como senador em outras datas aqui”, afirmou Otto Alencar, seguido de aplausos da maioria da comissão.

Marcos do Val se gaba de ser “investigador”. Diz ser formado pelo serviço secreto norte-americano e até instrutor da Swat. Ele prestou o serviço obrigatório do Exército Brasileiro no 38º Batalhão de Infantaria, no Espírito Santo, e ficou famoso como instrutor na área de segurança pública, além de ser mestre em Aikido – arte marcial japonesa, desenvolvida em meados dos anos 1930.

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