O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, afirmou na noite desta segunda-feira (16) que não vê hipótese de que as Forças Armadas apoiem qualquer iniciativa que possa ferir a ordem democrática, desrespeitando o resultado das eleições deste ano. As declarações foram dadas em entrevista ao programa "Roda Viva".
"Não há hipótese de haver por parte das Forças Armadas, na minha opinião, qualquer tipo de amparo a manifestação ou iniciativa que não sejam dentro da ordem democrática e em obediência à Constituição Federal. As Forças Armadas têm sua responsabilidade, têm a sua obrigação constitucional de defesa da pátria, de defesa da ordem constitucional, da lei e da ordem, quando instadas inclusive pelos Poderes da República", disse Pacheco.
Ele reconheceu ter tido encontros com membros das três Forças e com o Ministério da Defesa onde houve debate sobre as urnas eletrônicas, mas afirmou não ter havido, por parte desses representantes, crítica veementes às urnas.
Na entrevista, Pacheco criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro de questionar as urnas, embora tenha evitado citar o presidente e tenha buscado falar sempre genericamente sobre a postura dos candidatos.
"O que nós estamos estabelecendo é que os candidatos têm todo direito de discutir ideias, de pontuar suas propostas e criticar propostas dos outros. Isso faz parte do processo democrático e da legitimidade de um processo eleitoral. Se discutir reforma trabalhista, teto de gastos, reforma da Previdência, proposta para contenção de juros e de inflação... Mas há uma linha amarela pintada no chão que os candidatos, nenhum deles, pode atravessar. Essa linha amarela separa o estado de direito desse discurso político eleitoral", afirmou.
Pacheco disse que "o estado de direito está protegido".
"Nós temos compromisso com ele. Haverá eleições esse ano, uma eleição periódica através do voto direto e secreto dos eleitores. E através das urnas eletrônicas, que foi uma opção feita pelo Brasil e que até pouco tempo era motivo de orgulho nacional por todos e, em razão de alguns ataques que foram feitos absolutamente sem fundamento e sem razoabilidade, sem lastro nenhum em prova, vem questionando a lisura do processo eleitoral através do sistema eletrônico", disse.
Pacheco ainda afirmou que o Congresso está junto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com o Ministério Público, "todos imbuídos desse compromisso de pintar essa linha amarela e que se preserve o estado de direito e se garantam as eleições através do sistema de urnas eletrônicas".
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