O PSOL apresentou um documento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que reforça o pedido de cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), por supostamente ter incitado um dos chefes das Forças Armadas a aderir a um “plano golpista” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições de 2022.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-comandante da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, contou que Zambelli o procurou e cobrou adesão ao suposto golpe, que visava impedir a posse Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República, com anulação das eleições, prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e manutenção Bolsonaro no poder.
O PSOL já tinha protocolado uma representação contra Zambelli em agosto de 2023, referente a declarações do hacker Walter Delgatti Neto. Ele relata ter tido despesas financiadas por Zambelli e seus auxiliares enquanto estariam tramando uma invasão ao sistema das urnas eletrônicas.
“As ações e falas da Deputada Federal Zambelli são extremamente graves e atentam contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos; [...] sua prática, por conseguinte, é inconstitucional, ilegal e incompatível com a ética e o decoro parlamentar”, diz o pedido do PSOL.
O requerimento ainda classifica Zambelli como “um dos maiores expoentes do golpismo” dentro da Câmara e diz que com as novas informações, sua cassação “se torna um imperativo”.
Na atual legislatura, iniciada em 2023, o Conselho de Ética, em acordo tácito feito por alguns de seus membros, não deu continuidade a nenhuma representação feita contra parlamentares - sejam governistas ou de oposição.