O senador Esperidião Amin (PP-SC) vai protocolar um pedido de urgência para que seja marcada, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal. Apesar de pressões por parte de colegas, o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), segue segurando a indicação do ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União.
Na sessão plenária desta quarta-feira (6), Esperidião Amin anunciou que vai coletar assinaturas até o dia 13 de outubro para apresentar o requerimento. Para isso, é necessário o apoio de pelo menos 27 dos 81 senadores. Caso consiga o número mínimo, o senador deve protocolar o documento no mesmo dia.
Em um breve discurso, Amin lembrou que no próximo dia 12, vão ser completados três meses desde que a mensagem com a indicação foi enviada pelo Poder Executivo ao Senado. Entre os atuais ministros do STF, nenhum ficou por tanto tempo aguardando para ter o nome analisado pela Casa.
Mesmo sem citar o senador Davi Alcolumbre, Amin fez duras críticas ao presidente da CCJ: “Eu quero defender a minha reputação e a do Senado. Quando você tem uma postergação imotivada, eu considero que a minha reputação é afetada. Então é em legítima defesa minha e creio que do Senado que eu me proponho a apresentar este requerimento.”
Cobranças
As reclamações dos senadores têm se intensificado nos últimos dias. Na sessão da última terça-feira (5), Esperidião Amin disse que se sente “ofendido” e “amesquinhado” com o comportamento de Alcolumbre perante à indicação de Mendonça.
Já o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) se disse “constrangido” e “com pena deste ministro, com ele vagando aqui nos corredores desta Casa”.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também vem afirmando que espera ver a sabatina de André Mendonça agendada na CCJ. Senadores consideram que com a intervenção do presidente, Alcolumbre estaria mais propício a avançar com a indicação, com possibilidade de marcar a sessão até o mês de novembro.