O vereador Cleiton Xavier (PMN) é o suplente que vai assumir o mandato de Rogério Alkimim (PP), que renunciou ao posto na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), nesta quarta-feira (1), em meio a uma investigação envolvendo nepotismo, emprego de funcionários fantasma, uso irregular de veículo oficial e "rachadinha", prática de exigir a devolução de parte dos salários de seus servidores.
Com 4.481 votos, Xavier foi eleito como suplente de Rogério Alkimim na CMBH em 2020 e vai exercer seu primeiro mandato. Candidato do PMN, Xavier e Alkimim foram colegas de partido até o investigado trocar o PMN pelo PP no dia 2 de abril, último dia da janela de transferência entre partidos, sem comunicar a mudança à legenda.
Com 41 anos, Xavier é casado, pastor, investigador da Polícia Civil (PCMG) e presidente municipal do PMN. Nas eleições deste ano, Xavier é pré-candidato a deputado federal pela sigla.
Antes mesmo da renúncia de Alkimim, Xavier já movia uma ação na Justiça Eleitoral pedindo a cadeira do vereador por infidelidade partidária. Xavier também registrou um segundo pedido, feito pelo diretório municipal do PMN, o qual ele preside. A previsão do colégio de líderes da CMBH é que, após os trâmites da renúncia na Câmara, Xavier assuma o posto no dia 1º de julho.
Renúncia de Alkimim
O colégio de líderes da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) comunicou na tarde desta quarta-feira (1) que o vereador Rogério Alkimim (PP) decidiu renunciar ao seu mandato. O parlamentar é alvo de investigação da Polícia Civil (PC) por suspeita de “rachadinha” e outros crimes em seu gabinete. Segundo nota da CMBH, o pedido oficial de renúncia deve ser protocolado na procuradoria da Câmara nos próximos dias.
A renúncia de Alkimim já estava prevista para a primeira reunião do Colégio de Líderes de junho. O grupo, formado por dez líderes de bancadas e blocos, defende que a renúncia do mandato seria a forma menos desgastante para a Casa encerrar o caso em detrimento da abertura de um processo de cassação, que pode durar até três meses.
Desde o mês passado, líderes da Casa pressionavam Alkmim a optar pela renúncia. O vereador Gabriel Azevedo (Sem partido) afirma ter um conjunto de extratos bancários e vídeos de depoimentos que mostram a contagem de dinheiro no gabinete do vereador.
A Polícia Civil investiga Alkimim por suspeita de “rachadinha”, nepotismo, funcionários-fantasma e uso irregular do carro oficial. A estimativa é que o esquema arrecadava por mês entre R$ 55 mil e R$ 70 mil em repasses irregulares dos salários dos servidores.
O inquérito corre em segredo de Justiça, e o parlamentar nega qualquer irregularidade. Segundo uma testemunha ouvida na investigação, a “rachadinha”, que é a devolução de parte dos salários dos servidores ao parlamentar, envolveu, inclusive, um funcionário que seria tio do vereador.
Conhecido por Tio Messias, ele estava empregado no gabinete de Alkimin até o mês passado com um salário de R$ 14 mil, mas ficaria apenas com um valor entre R$ 500 e R$ 1.000.