O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), reforçou que vai deixar a Justiça definir se retoma ou não a construção da ciclovia na Avenida Afonso Pena. Por enquanto, a obra está parada por uma decisão da administração municipal. Nesta segunda-feira (22/4), durante o evento Conexão Empresarial, o prefeito disse que a questão divide opinião, por isso, o parecer do judiciário é importante.
“Se a decisão da Justiça for para manter a primeira decisão, de continuar, então nós vamos continuar; se ela mandar parar, nós vamos parar. Ou seja, vamos obedecer a Justiça. Mas é preciso deixar claro que algumas pessoas não gostam, em especial as (pessoas) que moram naquela região (no alto da avenida), mas muitas pessoas, que usam bicicleta, estão de acordo. A prefeitura tem que respeitar a vontade da população e haver um equilíbrio. Então, temos que esperar para ver o que a Justiça irá dizer”, afirmou o prefeito durante palestra.
Entenda
Na última terça-feira (17/4), a prefeitura decidiu interromper as obras, mesmo tendo um parecer favorável do poder judiciário que negou um pedido de liminar apresentado pelo Ministério Público, no qual era solicitado a suspensão imediata dos trabalhos com a alegação de que a prefeitura não teria realizado os estudos técnicos adequados.
“O pedido (do Ministério Público) foi negado, sob o argumento que o município demonstrou no processo que 'agiu em obediência às normas legais e, portanto, não cabe ao Judiciário se arvorar a gestor público na escolha de políticas públicas, especialmente, quando não violam as leis e a Constituição'", informou o Executivo, que apesar da decisão disse que a PBH "optou por interromper as obras da ciclovia até o julgamento do mérito da ação".
É uma decisão final da Justiça em relação a esses pedidos do MPMG, que a prefeitura diz ser necessária antes de bater o martelo sobre o futuro da ciclovia.
Antes da divulgação da decisão judicial, na segunda-feira (15/4), em entrevista ao programa “Balanço Geral”, da TV Record, o prefeito Fuad Noman (PSD) já havia informado que poderia reavaliar o projeto, orçado em cerca de R$ 5 milhões. A obra começou em janeiro e estava prevista para terminar no segundo semestre deste ano.
“Acho que houve um certo exagero na interpretação, mas eu estou muito preocupado, porque não queremos fazer coisas que não agradam a população. Vamos dar uma parada no que está sendo feito hoje, vamos avaliar e estudar”, disse o prefeito na entrevista.
Em sua palestra ao Conexão Empresarial, Fuad fez questão de relembrar que a ideia da ciclovia não surgiu por iniciativa da prefeitura. “Está prevista no plano diretor. O desenho está lá. São previsto 400 km de ciclovia, nós temos apenas 100 km. Eu estou apenas cumprindo o que foi definido no Plano Diretor”, explicou Fuad.