Combate à Covid-19

Coronavírus em Minas Gerais: governo quer obter 2.000 novos respiradores

Secretário geral Mateus Simões informou que Estado trabalha para produzir respiradores, consertar equipamentos e também comprar da China

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 17 de abril de 2020 | 17:57
 
 
 
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O governo de Minas Gerais está trabalhando para obter 2.000 novos respiradores para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Os equipamentos seriam obtidos de três formas: conserto de respiradores, produção deles em Minas Gerais e compra diretamente da China. Algumas tentativas de compra foram canceladas pelos fornecedores após os EUA pagarem mais pelos respiradores.

Além disso, o governo está realizando o cadastramento de 800 leitos que não estavam sendo usados em hospitais privados no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nós gostaríamos de adquirir 2.000 novos respiradores. Se me perguntarem se vamos precisar deles, eu espero que não. Se a curva continuar reagindo bem, talvez não. Mas a gente está se preparando para o pior cenário e fazendo o possível para que ele não chegue”, disse o secretário geral do Estado, Mateus Simões.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que atualmente há 6.303 respiradores em Minas Gerais. Destes, 5.964 estão em uso. Na rede do SUS há 4.761 respiradores e, destes, 4.473 estão em uso.

“O que nós temos de concreto neste momento: 250 respiradores sendo consertados, cadastramento de quase 800 novos leitos privados que não estavam sendo usados para poderem passar a ser usados pelo SUS e os projetos de construção de respiradores”, informou Mateus Simões.

Um dos projetos de construção de respiradores é o de uma empresa de soluções tecnológicas, a Tacon.

“O respirador deles já está em fase de apresentação para homologação do ministério. Se ele se viabilizar, será uma vitória enorme para nós, porque é um respirador de montagem mais rápida e é produzido aqui, em Minas”, disse Mateus Simões.

Já em relação às compras de Minas Gerais no exterior, o secretário geral disse que o governo trabalha com “seis ou sete frentes de aquisição”, mas que algumas tentativas não deram certo porque o fornecedor vendeu mais caro para os EUA.

“O problema é que, como já andou acontecendo, a gente coloca o pedido e o pedido é cancelado porque o fornecedor vendeu mais caro para os EUA. Isso já aconteceu com o governo federal, com outros Estados, e conosco já aconteceu algumas vezes”, afirmou Mateus Simões.

Estado não está negociando com mineradora

Em relação à notícia de que a mineradora anglo-australiana BHP Billiton estaria negociando com o governo estadual para pagar parte das indenizações que deve ao Estado com respiradores, Mateus Simões disse que ainda não há nada de concreto.

A BHP era uma das acionistas da Samarco na ocasião do rompimento da barragem em Mariana, em 2015.

“Nós não estamos em negociação. O que nós demos foi uma sinalização para eles. Se eles conseguirem comprar, nós temos interesse, e isso pode ser abatido das indenizações devidas”, explicou.

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