FALA MISÓGINA

Coronel Sandro chama Beatriz Cerqueira de ‘gatinha de pelúcia’ na Assembleia

Reunião precisou ser suspensa após discussão entre os deputados estaduais durante reunião acerca da reforma administrativa

Por Gabriel Ronan
Publicado em 29 de março de 2023 | 15:47
 
 
 
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O deputado estadual Coronel Sandro (PL) chamou a também parlamentar Beatriz Cerqueira (PT) de “gatinha de pelúcia” durante reunião da Comissão de Administração Pública na tarde desta quarta-feira (29/3), quando a reforma administrativa apresentada pelo governo de Minas estava em debate. A declaração motivou um bate-boca entre os dois políticos, e a suspensão da reunião por alguns minutos por decisão do presidente da comissão João Magalhães (MDB). 

A fala misógina aconteceu no momento em que Coronel Sandro criticava a oposição ao governo por conta do tratamento dado às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips). “O deputado e a deputada da oposição mostram que são um leão e uma leoa quando é a Oscip a ser utilizada pelo governo Zema. Mas, vira um gatinho ou uma gatinha de pelúcia quando é a Oscip está sob comando da companheirada. Porque a farra do dinheiro…”, disse o deputado federal. 

De imediato, Beatriz Cerqueira rebateu o parlamentar. “O senhor vai permitir que ele me chame de ‘gatinha de pelúcia’, senhor presidente (da comissão, João Magalhães)? Nós vamos transformar a (Comissão de) Administração Pública nesse circo que eles fazem em outras comissões? Aqui é uma comissão que trata com seriedade”, afirmou. 

A partir daí, Coronel Sandro e Beatriz iniciam a discussão. O parlamentar chegou a alegar que não citou o nome da deputada, mas ela era a única mulher presente na comissão. Além disso, o deputado olhava para a petista no momento em que disse “gatinha de pelúcia”. 

Por conta disso, João Magalhães deu a Beatriz Cerqueira cinco minutos para responder Coronel Sandro, o que incomodou o deputado. Para ele, o direito de resposta só poderia ser dado com a citação direta da petista. “Nós estamos num esforço de debater o conteúdo. Mas, eu preciso esclarecer aos colegas que eu acabei adquirindo uma grande tolerância – e é um erro isso – às violências que vão sendo praticadas. O que aconteceu agora há pouco é que minha tolerância chegou ao limite. Queria pedir desculpas às vossas excelências", disse a parlamentar, antes de pedir a suspensão do seu tempo ao chorar ao microfone.

Na sequência, o deputado Cristiano Silveira (PT) se solidarizou com Beatriz Cerqueira. “Se o senhor não fez de forma intencionada, talvez fez de forma condicionada, talvez pelo ambiente político, que pode ter o colocado nesse lugar”, disse ele a Coronel Sandro.

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