O deputado estadual Coronel Sandro (PL) chamou a também parlamentar Beatriz Cerqueira (PT) de “gatinha de pelúcia” durante reunião da Comissão de Administração Pública na tarde desta quarta-feira (29/3), quando a reforma administrativa apresentada pelo governo de Minas estava em debate. A declaração motivou um bate-boca entre os dois políticos, e a suspensão da reunião por alguns minutos por decisão do presidente da comissão João Magalhães (MDB).
A fala misógina aconteceu no momento em que Coronel Sandro criticava a oposição ao governo por conta do tratamento dado às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips). “O deputado e a deputada da oposição mostram que são um leão e uma leoa quando é a Oscip a ser utilizada pelo governo Zema. Mas, vira um gatinho ou uma gatinha de pelúcia quando é a Oscip está sob comando da companheirada. Porque a farra do dinheiro…”, disse o deputado federal.
De imediato, Beatriz Cerqueira rebateu o parlamentar. “O senhor vai permitir que ele me chame de ‘gatinha de pelúcia’, senhor presidente (da comissão, João Magalhães)? Nós vamos transformar a (Comissão de) Administração Pública nesse circo que eles fazem em outras comissões? Aqui é uma comissão que trata com seriedade”, afirmou.
A partir daí, Coronel Sandro e Beatriz iniciam a discussão. O parlamentar chegou a alegar que não citou o nome da deputada, mas ela era a única mulher presente na comissão. Além disso, o deputado olhava para a petista no momento em que disse “gatinha de pelúcia”.
Por conta disso, João Magalhães deu a Beatriz Cerqueira cinco minutos para responder Coronel Sandro, o que incomodou o deputado. Para ele, o direito de resposta só poderia ser dado com a citação direta da petista. “Nós estamos num esforço de debater o conteúdo. Mas, eu preciso esclarecer aos colegas que eu acabei adquirindo uma grande tolerância – e é um erro isso – às violências que vão sendo praticadas. O que aconteceu agora há pouco é que minha tolerância chegou ao limite. Queria pedir desculpas às vossas excelências", disse a parlamentar, antes de pedir a suspensão do seu tempo ao chorar ao microfone.
Na sequência, o deputado Cristiano Silveira (PT) se solidarizou com Beatriz Cerqueira. “Se o senhor não fez de forma intencionada, talvez fez de forma condicionada, talvez pelo ambiente político, que pode ter o colocado nesse lugar”, disse ele a Coronel Sandro.