Corrida para sucessão de Valadares como líder de Zema está indefinida

Em meio à transição do deputado Gustavo Valadares (PMN) para a Secretaria de Governo, a corrida para a escolha do novo líder do governo Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) está aberta. A tendência é que, até que Valadares seja nomeado como secretário, o que está previsto apenas para a próxima quinta-feira (6), os potenciais candidatos permaneçam apenas no campo especulativo.

Líder do bloco de governo, o deputado Cássio Soares (PSD) é apontado pelos pares como candidato natural desde o anúncio de Valadares como novo secretário de Governo. Além de ter atuado ao lado de Valadares nos últimos meses, Cássio é próximo ao vice-governador Mateus Simões (Novo). Por outro lado, ainda há uma resistência ao nome do líder do bloco, já que, durante a última legislatura, ele fez oposição ao governo Zema em determinados momentos. Cássio, por exemplo, presidiu a CPI da Cemig. 

O deputado Roberto Andrade (Patriota), líder de governo entre maio e dezembro de 2022, quando substituiu justamente Valadares, é outro cotado entre os deputados. Próximo ao ex-secretário Igor Eto (Novo), Andrade teve o apoio do governo para tentar viabilizar uma candidatura à presidência da ALMG para o biênio 2023-2024, mas, sem adesão, desistiu quando o PL desembarcou da campanha após uma briga entre Igor e o deputado Gustavo Santana (PL). Inclusive, a má sucedida campanha, que desgastou o capital do deputado, pesa contra Andrade.

Outro nome considerado um candidato natural à liderança de governo é o do deputado Raúl Belém (Cidadania). Ele já exerceu a função entre junho de 2020 e fevereiro de 2021, quando substituiu o então deputado Luiz Humberto Carneiro (1953-2021) em meio à crise deflagrada por Zema ao vetar parte da recomposição acordada com as forças de segurança pública. Porém, como Belém mora em Araguari, no Triângulo, o nome é visto como ressalvas, uma vez que, conforme deputados ouvidos pelo O TEMPO, o cargo exige disponibilidade.

O deputado Zé Guilherme (PP), pai do secretário chefe da Casa Civil e ex-deputado federal, Marcelo Aro (PP), também é cotado. Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, Zé Guilherme exerceu a liderança do bloco de governo na ALMG entre julho e dezembro de 2022 e foi o principal aliado do governo Zema na CPI da Cemig. Só que justamente o laço familiar entre Zé Guilherme e Aro é apontado como um porém pelos pares.

Quando falou pela primeira vez após ter sido confirmado como novo secretário de Governo, Valadares, questionado sobre quem iria substituí-lo, disse, na última quinta (29), em meio às negociações para a aprovação a tempo do pré-requisito para o Estado aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que ainda não havia iniciado as conversas. “Eu estou focado aqui neste problema e isso nós vamos ter que resolver lá para semana que vem. Nem comecei a pensar nisso ainda”, afirmou.