A CPI da Cemig aprovou nesta quinta-feira (9) um requerimento solicitando gravações do circuito interno da Cemig que mostram a ação da empresa Kroll que recolheu dados dos computadores de funcionários da estatal mineira sem a presença deles.
A medida foi tomada após depoimento do ex-gerente de Direito Administrativo da estatal mineira, Daniel Polignano Godoy, que teve os dados de seu computador de trabalho recolhidos.
O ex-gerente administrativo disse que, pelo volume de documentos copiados, poderia haver dados pessoais em seu computador. “Foi motivo de preocupação, eu fiquei surpreso e preocupado com a situação”, disse.
Um dos pontos levantados pelos deputados é que por se tratar de um advogado, a busca pode ter ferido o sigilo funcional dele. “Uma empresa entra na Cemig sem cobertura contratual e é flagrada pela câmera agindo à noite. Como a maior estatal de Minas Gerais, construída pelos mineiros, pode chegar ao ponto de ser gerida como boteco de fim de linha?”, questionou o relator da CPI, o deputado Sávio Souza Cruz.
Já o deputado Zé Guilherme (PP) disse que a ação da Kroll não foi para recolher dados pessoais e sim para obter dados da Cemig devido a uma investigação independente sobre denúncias recebidas pelo Ministério Público.
“O Ministério Público exigiu que fosse feita investigação externa sobre o rombo que estava acontecendo dentro do setor de compras da empresa", disse.
Em nota, a Kroll afirmou que atua dentro do que permite a legislação. “A Kroll afirma que atua estritamente dentro da Lei e que não tolera qualquer tipo de atividade ilícita”, informou a empresa.