A CPI dos Fura-Filas marcou para a próxima quinta-feira (29) o depoimento do ex-chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), João Pinho, e do ex-chefe da Assessoria de Comunicação da pasta, Everton Souza.
Eles vão depor na condição de investigados porque são suspeitos de tentarem obstruir as investigações do Ministério Público e da própria CPI sobre o suposto fura-fila da vacinação contra a Covid-19 que teria ocorrido na SES.
Em uma reunião que teve o áudio vazado na última quinta-feira (22), dois homens que aparentam ser João Pinho e Everton Souza orientaram que dois servidores da Assessoria de Comunicação da SES voltassem a trabalhar presencialmente na Cidade Administrativa.
O objetivo da mudança declarado no áudio era para que uma resposta que seria enviada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pudesse ser alterada para dizer que nenhum dos servidores vacinados pela secretaria estão trabalhando em home office atualmente.
“Na verdade o que vai acontecer: se a gente acordar aqui agora que a partir de segunda-feira vocês vão vir de forma presencial, eu faço a alteração no documento [que seria enviado ao MPMG], porque também não é fácil pra mim, eu cheguei tentando, já cheguei sendo meio que obrigado a tentar corrigir o problema [inaudivel]”, explica, na gravação, o homem que seria Everton Souza.
Em outro momento do áudio, o homem que seria João Pinho diz que iria sugerir ao secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, que alterasse uma resolução interna da secretaria para evitar questionamentos do MPMG e também da Controladoria Geral do Estado.
"A gente está aqui, eu anotei aqui para tentar despachar com o Fábio na segunda a possibilidade da gente alterar a resolução. Estou com esse receio das pessoas utilizarem isso para poderem nos expor. Utilizar isso contra a gente”, diz.
Em razão do episódio, os dois servidores foram exonerados pelo governador Romeu Zema (Novo) na edição do Diário Oficial de Minas Gerais desta sexta-feira (23).