A CPI da Covid no Senado apontou que quase todo o pagamento recebido pela empresa FIB Bank da Precisa Medicamentos foi para outra empresa, no nome da mãe de Marcos Tolentino, depoente desta terça-feira (14).
O FIB Bank foi o responsável por emitir uma carta-fiança de R$80,7 milhões para que a Precisa Medicamentos pudesse contratar doses da vacina Covaxin e negociá-las com o governo federal. O contrato, alvo de suspeitas de irregularidades após denúncias feitas pelos irmãos Luís Miranda e Luís Ricardo Miranda, acabou sendo cancelado pelo Ministério da Saúde em meio a investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito.
A Precisa repassou um montante de R$350 mil ao FIB Bank como contrapartida pelo fato de a instituição ter garantido a participação da empresa na negociação com o governo. Desse montante, R$336 mil foram transferidos a uma empresa que tem como proprietária a mãe de Marcos Tolentino. O empresário e advogado é apontado por senadores da CPI como um “sócio oculto” do FIB Bank.
O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL) suspeita que a empresa, na verdade, pertença a Tolentino: “as movimentações financeiras mostram que a Brasil Space Air Log, empresa que pertence de fato ao Sr. Marcos Tolentino, recebeu – eu aqui já coloquei – do FIB Bank R$336 mil dos R$350 mil no mesmo dia em que esse valor foi pago pela Precisa Medicamentos. Os outros R$14 mil foram, portanto – isso aqui está comprovado –, destinados a Wagner Potenza, ex-Presidente do FIB Bank.”
Renan Calheiros também sublinhou que Marcos Tolentino foi sócio da Brasil Space Air Log de 2018 a 2020. No total a CPI já identificou repasses de R$1,9 milhão do FIB Bank para a Brasil Space entre junho de 2020 e maio de 2021.