Eleições 2024

DATATEMPO: Pesquisa mostra possibilidade de voto para prefeito de BH

Resultado aponta se o entrevistado conhece possíveis candidatos e em quem votaria ou não

Por Clarisse Souza
Publicado em 15 de setembro de 2023 | 06:00
 
 
 
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A possibilidade de voto de cada possível candidato à Prefeitura de Belo Horizonte foi medida pela primeira pesquisa DATATEMPO que avalia cenários para as eleições municipais de 2024. Quinze nomes foram testados. Cada um deles foi apresentado individualmente aos entrevistados, que responderam se conhecem a pessoa, se votariam com certeza ou poderiam votar nela ou se não votariam de jeito nenhum. Nesse cenário, o nome do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) – que também é apresentador de TV – aparece em primeiro lugar, com a maior possibilidade de voto (50,8%). Do total de entrevistados, 24,2% disseram conhecer Tramonte e votariam com certeza nele. Outros 26,6% afirmaram conhecê-lo e disseram que poderiam votar nele.

O segundo a pontuar é o jornalista Eduardo Costa (Cidadania), com 44,1% de possibilidade de votos, somados aqueles que o conhecem e que votariam nele com certeza (17,8%) e os que o conhecem e poderiam votar (26,3%). Na sequência, vem o senador Carlos Viana (Podemos-MG), com 41,2% de possibilidade de votos: 16,4% votariam nele com certeza e 24,8% poderiam votar. João Leite (PSDB) surge na quarta posição, com 35,9% de possibilidade de votos – 11,7% conhecem e votariam nele e 24,2% poderiam votar.

O atual prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), figura na quinta posição (31,8%). Segundo a pesquisa, 11,8% declararam conhecê-lo e votariam nele com certeza. Outros 20% afirmaram que poderiam votar nele. 

Análise

Na avaliação da cientista social e analista da pesquisa DATATEMPO Bruna Assis, a medição da possibilidade de votos “traz uma perspectiva sobre a viabilidade de cada candidatura isoladamente”. Além disso, a especialista ressalta que o levantamento ajuda a “apresentar um teto para as intenções de voto e a rejeição de cada um dos nomes”. 

Nesse sentido, a pergunta sobre a possibilidade de votos mostra, por exemplo, que o ex-deputado estadual João Leite (PSDB) e o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) apresentam os maiores percentuais de eleitores que, mesmo os conhecendo, não votariam neles de jeito nenhum, com 47,9% e 46,3% de rejeição, respectivamente. 

Além disso, embora Mauro Tramonte acumule o maior índice de pessoas que votariam nele com certeza (24,2%), a pesquisa indica que o número de belo-horizontinos que o rejeitam como prefeito e não votariam nele de jeito nenhum é maior (30,2%) do que o percentual positivo. Segundo Bruna Assis, geralmente, as taxas de rejeição são um sinal de alerta. Ela avalia que os números apontam para a necessidade de “desconstruir algumas narrativas já postas e conhecidas pelo eleitorado”.

Lista estimulada aponta os cenários

Os 15 possíveis candidatos à prefeitura de BH também foram testados no cenário estimulado de intenções de voto da pesquisa DATATEMPO. Uma lista com os 15 nomes dos possíveis postulantes foi apresentada para cada entrevistado, que deveria indicar uma pessoa para receber seu voto. Esse resultado foi apresentado na edição de O TEMPO da última segunda-feira. 

No cenário estimulado, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) lidera numericamente, com 16,1% das intenções de voto. Em seguida, aparecem o senador Carlos Viana (Podemos-MG), com 10,4%; a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), com 9,1%; o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), com 8,7%; e o deputado estadual Bruno Engler (PL), com 8,6%. Na sequência, estão João Leite (PSDB), com 7,9%; o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), com 4,7%, e o deputado federal Pedro Aihara, com 2,9% (Patriota-MG).

O presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo (sem partido), aparece com 2,1%, seguido pelo deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), com 2%; pela deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), com 1,8%; pelo secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (Progressistas), com 1,7%; e por Lucas Gonzalez (Novo), 1,2%. Por fim, Paulo Brant (PSB) registrou 0,8%, enquanto o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) não pontuou.

Segundo a analista Bruna Assis, “por serem métodos diferentes, os resultados das intenções de voto na estimulada e da possibilidade de voto não podem ser diretamente comparados”, mas é possível traçar relações entre eles. “Há um cenário em que o candidato tem possibilidade de voto, mas não tem as chances de voto traduzidas em intenção de voto no cenário de confronto com outros candidatos. É o caso do jornalista Eduardo Costa”, diz. 

Indicador estimula estratégia

O indicador da pesquisa DATATEMPO que avalia a possibilidade de voto para prefeito também ajuda a mensurar o nível de desconhecimento do eleitor em relação a cada um dos 15 nomes apresentados como possíveis candidatos a chefe do Executivo municipal. O levantamento apontou, por exemplo, que o ex-deputado federal Lucas Gonzalez, subsecretário de Assessoramento do governador e do vice-governador de Minas, desponta como o mais desconhecido. Somente 4,6% disseram que o conhecem e votariam nele. Em contrapartida, 83,2% afirmaram não conhecer Gonzalez o suficiente para opinar ou disseram que era a primeira vez que ouviam falar dele. 

Nomes de políticos que ocupam cargos eletivos atualmente registraram percentuais de desconhecimento acima de 70% entre os eleitores da capital. É o caso do deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG), da deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) e do presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo (sem partido). 

Embora, à primeira vista, possa parecer um dado que pese contra os possíveis candidatos, o desconhecimento pode significar uma boa oportunidade de definição de estratégias de campanha. A cientista social Bruna Assis avalia que, “ao apresentar um nome desconhecido ao eleitor, as campanhas se ocupam em contar a história do candidato, destacando aspectos positivos e construindo uma narrativa que pode ser bem recebida em um pleito”. Ela pondera, porém, que o resultado dos esforços depende do contexto eleitoral, do nível de conhecimento e rejeição de outros candidatos.

Metodologia

A pesquisa DATATEMPO realizou 1.200 entrevistas domiciliares, de 26 a 31 de agosto. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.

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