Delegados e agentes da Polícia Federal realizaram protesto contra a PEC da Reforma Administrativa, nesta quarta-feira (23), em frente à Superintendência Regional da PF, no bairro Gutierrez, região oeste de Belo Horizonte.
O ato, organizado pela Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) e pelo Sindicato dos Escrivães, Papiloscopistas e Agentes da Polícia Federal (SINPEF) segue o movimento nacional de todas as categorias de serviços públicos que marcam protestos para esta quarta-feira em todo o país
A manifestação começou às 10h e durou cerca de 40 minutos. Segundo os organizadores, cerca de 90 policiais compareceram ao ato. Eles portavam cartazes e faixas contrárias à PEC 32 que está em tramitação no Congresso e prevê uma reforma no funcionalismo público brasileiro com cortes de benefícios, como, por exemplo, a estabilidade dos servidores.
"Essa PEC é extremamente perigosa. Primeiro porque ela fragiliza a estabilidade, o servidor que está na ativa pode ser demitido a qualquer momento, segundo porque ela permite que os chefes do Executivo possam mexer e até extinguir instituições por decreto. Ela também cria um risco enorme para os colegas aposentados, porque cria um novo regime previdenciário para quem está entrando e o regime que está ai fica em extinção, ou seja, a PEC como está traz mais prejuízos do que benefícios", disse o presidente da ADPF, delegado Rodrigo Teixeira, em sua fala durante o protesto.
Teixeira também ressaltou o caráter apartidário da manifestação.
“Aqui não estamos falando mal e nem bem de governo. Estamos protestando contra a PEC. Independente se o sujeito vota em A ou em B, essa PEC é o que nos une. Quem é a favor dela está indo contra o próprio salário”, concluiu.
Policiais Penais e Policiais Civis
Outra categoria que realizou ato contra a PEC 32 nesta quarta-feira foi a dos policiais civis, incluindo os policiais penais.
Os agentes se reuniram por volta das 10h da manhã em frente à esplanada do Mineirão, na Pampulha e seguiram em carreata até a Praça Sete, no hipercentro da capital.
Segundo o vice-presidente da Associação Mineira dos Policiais Penais e Servidores Prisionais, Luiz Gelada, a estimativa da organização é de que cerca de 500 servidores da categoria participem do ato. De acordo com ele, o texto da PEC apresenta riscos para os servidores de carreira do sistema prisional.
“Essa PEC congelando a carreira, tirando os concursos, é um pretexto justamente para estagnar a carreira, porque não vão repor mais os servidores aposentados.Eles estão engessando o servidor de carreira”, destacou Gelada.