Deputado critica Zema após exoneração de coronel: ''canalhice''

O deputado federal Subtenente Gonzaga (PSD-MG) criticou o governador Romeu Zema (Novo) após a exoneração do coronel Marco Aurélio Zancanela da chefia do Estado Maior. Conforme a O TEMPO mostrou neste sábado (21/1), o próprio Zancanela disse, em áudio ao qual a reportagem teve acesso, que deixou precocemente o cargo em retaliação do governo, diante de uma eventual chantagem para que ele virasse o voto do deputado Cristiano Caporezzo (PL) na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

Caporezzo, como toda bancada do PL com exceção do deputado Coronel Henrique, deve votar em Tadeu Martins Leite (MDB), em vez de Roberto Andrade (Patri), candidato preferido por Zema. No áudio, Zancanela diz que o secretário de Estado de Governo, Igor Eto, havia exigido que ele pressionasse um deputado estadual a mudar o voto para continuar no cargo.

"De uma lado mostra a canalhice do governador Zema em usar a nomeação do chefe do Estado Maior para conseguir eleger seu candidato a presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e de outro mostra a posição responsável, coerente e honesta por parte do coronel Zancanela, que não se rendeu a esta chantagem irresponsável, bem como do conjunto dos comandantes, que ainda estão no cargo e dos nomeados, que não se renderam, e não permitiram o uso do cargo para satisfazer seus interesses de poder", posicionou-se, por meio de comunicado, o deputado federal Subtenente Gonzaga. 

Para o parlamentar, o episódio é "inédito" na história da Polícia Militar de Minas Gerais. "É lamentável tudo isso, sob todos os aspectos. No entanto, apesar da crise, devo reconhecer o caráter e honradez dos policiais militares. Dos nossos representantes políticos que não se renderam, o que comprometeria sua necessária independência para uma boa representação da classe", completou o deputado federal.