O motivo de uma manifestação de repúdio proposta pelo deputado estadual Arlen Santiago (Avante) contra a ministra da Saúde, Nísia Trindade, chamou a atenção da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Conhecido entre os colegas como um crítico contumaz do PT, Arlen saiu em defesa do ex-secretário de Planejamento e Gestão do governo Fernando Pimentel (2015-2018) Helvécio Magalhães (PT) após Nísia exonerá-lo do Ministério da Saúde.
Para o presidente da Comissão de Saúde, Helvécio, que, desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), era secretário de Atenção Especializada à Saúde, teria sido demitido para encobrir “falhas” da ministra. “Aí, ela escolhe Minas Gerais para destilar o seu ódio (...), e demite o doutor Helvécio, um mineiro, que como todos os seres humanos têm suas falhas, mas têm suas grandes virtudes”, criticou o deputado, em plenário, no último dia 21.
O ex-secretário de Atenção Especializada à Saúde foi exonerado após a CEO da Potenza - empresa de consultoria e assessoria empresarial -, Grasielle Oliveira Esposito, se apresentar em seu nome, mesmo sem qualquer ligação com o Ministério da Saúde, em uma visita ao Hospital Federal de Bonsucesso (RJ). Além dele, o então diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles, foi demitido após uma reportagem exibida pelo Fantástico em 17 de março.
A irritação de Arlen foi provocada pela interlocução que Helvécio fazia entre Minas Gerais e o Ministério da Saúde. “A senhora está usando um subterfúgio e pegando um homem de bem, como o doutor Helvécio, que as pessoas vão lá no ministério para poder mostrar os problemas em Minas e ele tem sido a mão solidária para não só nos ajudar, mas ajudar todo o Brasil”, acusou o presidente da Comissão de Saúde, que, ao concluir o seu pronunciamento, disse que “Minas não pode se calar”.
Apesar de hoje defender o ex-secretário de Planejamento e Gestão, Arlen o criticava publicamente há pouco tempo atrás. Em novembro de 2017, em um discurso no plenário da ALMG, o deputado ironizou tanto Helvécio quanto Pimentel em razão da retenção de repasses para hospitais. “Não é problema do governador, não é problema do secretário de Planejamento. Não há dinheiro, não tem jeito. Fica por isso mesmo”, questionou ele, que, à época, era 3º secretário da ALMG.
Procurado pelo Aparte, o Ministério da Saúde apenas agradeceu a colaboração de Helvécio. "O médico sanitarista e professor da Fundação Getúlio Vargas Adriano Massuda assume a secretaria. A área é responsável pelas políticas de alta e média complexidade, pelo fortalecimento de diagnóstico e tratamento do câncer e por estratégias como o Programa Nacional de Redução de Filas. Também está vinculado à secretaria o Departamento de Gestão Hospitalar, responsável pela gestão dos hospitais federais", pontuou.