LAVA JATO

Dilma e Cardozo definem defesas para inquérito no STF

Os dois são alvos de um pedido de abertura de inquérito feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para serem investigados por tentativa de obstrução de justiça na Lava Jato

Por FOLHAPRESS
Publicado em 27 de maio de 2016 | 21:28
 
 
 
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A presidente afastada Dilma Rousseff e o ex-ministro José Eduardo Cardozo começaram a definir suas defesas no STF (Supremo Tribunal Federal). Os dois são alvos de um pedido de abertura de inquérito feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para serem investigados por tentativa de obstrução de justiça na Lava Jato.

Segundo a reportagem apurou, a ideia é que o criminalista Alberto Toron seja o responsável pelo caso envolvendo Dilma enquanto o advogado também criminalista Pierpaolo Bottini faça a defesa de Cardozo, que ocupou o Ministério da Justiça e a Advocacia-Geral da União na gestão de Dilma.

O pedido de abertura de inquérito feito pela PGR está oculto no tribunal e, de acordo com integrantes do governo, a apuração ainda não foi autorizada pelo ministro Teori Zavacki, relator da Lava Jato.

Além da presidente afastada e de Cardozo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também figura no pedido de investigação. O documento cita ainda o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Francisco Falcão, e o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas. Há referências ainda ao ex-ministro Aloizio Mercadante, que ocupou a chefia da Casa Civil e o Ministério da Educação.

Ao STF, a PGR narra as ações do governo Dilma para embaraçar as investigações e Teori será responsável por definir, a partir dos indícios apresentados pela Procuradoria, quem vai configurar como investigado no inquérito.

A linha de investigação leva em consideração a delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), a tentativa de evitar que o parlamentar fechasse acordo de delação com o Ministério Público Federal, a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil e a nomeação de ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas para o STJ.

Em sua delação, Delcídio contou que o governo da petista deflagrou uma ofensiva nos tribunais superiores para influenciar nos desdobramentos da Lava Jato e garantir, por exemplo, a liberdade de grandes empreiteiros.

A nomeação de Navarro para o STJ faria parte dessa trama. E Cardozo teria auxiliado nessas ações.

OUTRO LADO

À época dos fatos, a assessoria de Dilma informou que o envio do termo de posse a Lula não tinha por intenção obstruir as investigações mas sim porque o ex-presidente não sabia se poderia comparecer à cerimônia de posse. Dilma também rebateu as acusações da delação de Delcídio, afirmando que eles eram "mentirosas" e negando qualquer tentativa de interferir na Lava Jato.

A defesa do ex-presidente Lula afirma que sua nomeação para a Casa Civil já vinha sendo discutida desde o ano passado e que a posse não teve nenhum objetivo de alterar seu foro de investigação.

Marcelo Navarro já disse que não se comprometeu a tomar decisões para libertar empreiteiros ao ser indicado para o STJ, como indicou Delcídio na sua delação.
Mercadante, por sua vez, admitiu ter oferecido ajuda a Delcídio, mas disse que não teve a intenção de impedir sua delação premiada.

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