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Em almoço com Lula, empresários e banqueiros reclamam de Bolsonaro

Além da atual política econômica, no cardápio do encontro reservado, houve o debate sobre temas como economia, educação, meio ambiente, comércio exterior e agronegócio.

Por O Tempo Brasília
Publicado em 06 de julho de 2022 | 08:53
 
 
 
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Empresários reclamaram da política econômica do governo de Jair Bolsonaro, em almoço com o ex-presidente e  pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, nesta terça-feira (5).  

Além da atual política econômica, no cardápio do encontro reservado, houve o debate sobre temas como economia, educação, meio ambiente, comércio exterior e agronegócio. 

Em reportagem publicada nesta quarta (6), a Folha de S. Paulo diz que o presidente da Fiesp, Josué Gomes, defendeu a redução dos custos de financiamento e a importância do papel dos bancos públicos para a reindustrialização do país. 

Josué é filho de José Alencar, que foi vice de Lula durante o primeiro e segundo mandatos do petista – de 2003 a 2010; José Alencar morreu em 2011. 

Josué Alencar ainda afirmou que tradicionalmente o Banco do Brasil financiava o setor agrícola, enquanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se dedicava à indústria. Essa fórmula, na sua opinião, deveria ser retomada.

Ainda segundo a Folha, o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, defendeu uma regulamentação capaz de alavancar a concessão de crédito para as empresas com as garantias bancárias existentes.

Além deles, Carlos Alberto da Veiga Sicupira (Ambev), Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza), Dan Ioschpe (Ioschpe-Maxion), Jacyr Costa Filho( Tereos) e Fábio Coelho (Google Brasil) participaram do almoço.

Jacy Costa defendeu a redução da dependência internacional, por exemplo, na produção de fertilizantes. Roberto Carvalho de Azevedo defendeu a recuperação da relevância internacional do Brasil.

Luiza Trajano ressaltou a importância dos programas de distribuição de renda para ativação do consumo brasileiro. Dan Ioschpe falou da importância da renovação da frota de caminhões e que o Brasil precisa colar na agenda do clima.

Ainda segundo apuração da Folha, Lula falou que a responsabilidade fiscal será questão central de um eventual governo. O ex-presidente disse que os empresários devem estar do lado da democracia.

Ao falar sobre reforma tributária, Lula defendeu a negociação coletiva, com fortalecimento dos sindicatos. Ele afirmou que a reforma trabalhista determina a prevalência do negociado. Mas afirmou que hoje não há espaço para negociação.

Ao ouvir de Beto Sucupira a defesa de diálogo entre governo e empresariado, o coordenador do programa de governo de Lula, ex-ministro Aloizio Mercadante, sugeriu a realização de debates para construção de propostas em conjunto.

Lula ficou 10 anos sem pisar na Fiesp e só voltou com a saída de Skaf

Essa foi a primeira visita de Lula à Fiesp após 10 anos. A última vez que ele pisou na entidade foi novembro de 2011, no governo de Dilma Rousseff (PT), quando Paulo Skaf presidia a Fiesp. Skaf, que comandou a entidade por 17 anos, se virou contra o petismo e apoiou o impeachment de Dilma. 

O pato gigante de borracha colocado em frente à sede da Fiesp, em São Paulo, virou um dos símbolos da entidade contra a administração petista, na campanha “Não vamos pagar o pato”, que se referia aos impostos no Brasil.

Em 2018, Skaf foi candidato a governador de São Paulo pelo MDB. Ficou em terceiro lugar. Em seguida, ele aderiu ao bolsonarismo. Próximo do presidente Jair Bolsonaro, Skaf foi nomeado para o Conselho da República em fevereiro do ano passado. Filiado ao Republicanos, pretende concorrer ao Senado por São Paulo. (Com Folhapress)

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