Paraná

Em novo ato, 10 mil vão às ruas de Curitiba contra o governo Richa

A manifestação é mais um ato em apoio aos professores feridos na última quarta-feira (29) durante confronto com policiais militares

Por Folhapress
Publicado em 05 de maio de 2015 | 13:23
 
 
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Milhares de servidores -entre eles professores- e militantes de várias entidades protestam na manhã desta terça-feira (5) nas ruas de Curitiba contra o governo Beto Richa (PSDB).

A manifestação é mais um ato em apoio aos professores feridos na última quarta-feira (29) durante confronto com policiais militares. Foram ao menos 160 manifestantes feridos -além de 20 PMs.

A PM estima que são 10 mil pessoas no ato. Já a APP Sindicato (representante dos docentes no PR) fala em 20 mil. Não há registro de confusão.

Diferentemente do protesto de quarta, a polícia apenas monitora o trânsito local. No dia 29, a PM mobilizou 1.600 policiais, que usaram bombas de gás, balas de borracha e jatos de água.

O ato toma conta da praça 19 de Dezembro e já fechou o trânsito da avenida Cândido de Abreu e da rua Barão do Serro Azul, região do Centro Cívico, a mesma onde houve o confronto semana passada. Gritos de "fora, Beto Richa" (PSDB) são entoados de tempos em tempos puxados pelos carros de som. Pedidos pela saída do secretário de segurança, Fernando Francischini, também foram feitos.

'MENOS BALAS, MAIS GIZ'

Os manifestantes também portam cartazes mostrando os deputados que aprovaram projeto de Richa de mudança na previdência estadual. Neles, estão escritos os nomes dos parlamentares acrescidos de "inimigo da educação".

Adesivos com a inscrição "Menos balas, mais giz" -em alusão à ação da PM paranaense contra professores na quarta- também distribuídos. Apesar de o ato atrapalhar o trânsito local, muitos motoristas fazem um buzinaço em apoio aos professores.

O ato começou às 9h, com uma banda de rock que animava o público num carro de som. Uma das músicas, teve o refrão dizendo "impeachment, impeachment".

Sobre os protestos da semana passada e o confronto com a PM, a secretária de finanças da APP-Sindicato Marlei Fernandes disse: "Esse luto encerra hoje, mas continuamos na luta".

Segundo ela, isso não significa o fim da greve dos professores estaduais do Paraná, que decidirão em assembleia, na tarde desta terça (5), se a paralisação continua ou não.

HISTÓRICO

O protesto da semana passada que resultou em ao menos 180 feridos ocorreu em meio à aprovação do projeto de Richa que muda a previdência estadual.

Com a proposta, o governo vai transferir 33 mil aposentados do fundo financeiro -deficitário e mantido só pelo Estado- para o fundo previdenciário, bancado também pelos servidores e superavitário.

O funcionalismo é contra o projeto a alega que a migração vai prejudicar todo o sistema previdenciário dos servidores. Em segundo mandato, Richa enfrenta grave crise financeira.

O Ministério Público de Contas do Paraná prepara um parecer que considera inconstitucional projeto do tucano.

A ação da PM foi criticada pelos servidores, oposição e até por aliados de Richa. Nesta segunda (4), o secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, se posicionou pela primeira vez sobre o episódio e disse que "nada justifica" o que houve.

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