O governo anunciou nesta quarta-feira, 28, as quatro empresas selecionadas para atuar no Centro Espacial de Alcântara (CEA), no Maranhão. As empresas Hyperion, Orion AST, C6 Launch, Virgin Orbit foram as escolhidas no chamamento público lançado no fim do ano passado para selecionar as organizações, nacionais e internacionais, com interesse em realizar operações de lançamentos de veículos espaciais não militares, orbitais e suborbitais, a partir do centro espacial.
Das quatro companhias, a C6 Launch é canadense e as outras três são americanas. O anúncio oficial das empresas foi feio em evento realizado nesta tarde na Base Aérea de Brasília com a presença do presidente Jair Bolsonaro, ministros, autoridades militares, parlamentares e os embaixadores dos Estados Unidos, Todd Chapman, e do Canadá, Jennifer May.
A Hyperion, dos Estados Unidos (EUA), vai operar o sistema de plataforma VLS. A Orion Ast, também norte-americana, ficará responsável por atuar no lançador suborbital. A canadense C6 Launch foi escolhida para operar a Área do Perfilador, que também é um ponto de lançamento, e a Virgin Orbit, outra empresa dos EUA, atuará no aeroporto de Alcântara, que faz parte da base.
Segundo o comandante da FAB, tenente-brigadeiro do ar Batista Júnior, a operacionalização da Base de Alcântara vai ter impactos positivos no desenvolvimento do programa espacial brasileiro.
"Para o Brasil, a implantação do Centro Espacial de Alcântara implicará ainda no intercâmbio de experiências, no aperfeiçoamento técnico de recursos humanos, da nossa infraestrutura, no desenvolvimento de novos projetos e processos e no aumento do nível de prontidão operacional, advindos da cadência de lançamentos esperada", afirmou. Ele também espera maior desenvolvimento do mercado de serviços e da indústria aeroespacial.
"Nós lançamos, desde 2019 até agora, quatro satélites. Vêm outros pela frente. Essa é a decolagem do programa espacial brasileiro", comemorou o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Um outro edital, lançado no último dia 16 de abril, vai selecionar empresas para atuar na Área 4 do Centro Espacial.
Conforme o Estadão mostrou, com os futuros contratos com a iniciativa privada para uso compartilhado da base espacial a expectativa é de que as primeiras operações ocorram entre o fim deste ano e início de 2022. Na segunda-feira, 26, Bolsonaro destacou em suas redes sociais que o crescimento do interesse de empresas na base espacial representa "desenvolvimento regional e nacional, emprego e tecnologia".