Dos 16 denunciados pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato como resultado das investigações da Operação Catarse, conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na Zona da Mata, dois são ex-presidentes da Câmara Municipal de Muriaé. A operação tem relação com a legislatura anterior, quando Carlos Delfim e sargente Joel, ambos do PDT, eram vereadores e chegaram a presidir a Câmara.
O vereador Carlos Delfim (PDT) presidiu o legislativo de Muriaé entre 2017 e 2020 e está em prisão domiciliar desde o final de 2021, quando foi afastado do cargo de vereador por determinação judicial. Mesmo afastado, Carlos Delfim continua recebendo o salário de vereador. O salário também está sendo pago ao seu segundo suplente, Reginaldo Roriz (PDT), que assumiu a vaga em dezmbro do ano passado.
O outro alvo das investigações é o sargente Joel (PDT), militar da reserva. Ele foi presidente da Câmara de Muriaé de 2013 a 2015. Nas últimas eleições, em 2020, sargento Joel concorreu como suplente do vereador Carlos Delfim e não chegou a assumir a vaga por estar preso após confessar o assassinato da esposa.
A quarta fase da operação Catarse foi deflagrada nesta quarta-feira (31) e investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, com emissão de notas frias para justificar despesas de gabinete de vereadores de Muriaé.
Na ação desta quarta-feira, estão sendo cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em Muriaé, Divino, Eugenópolis e Ubá, além do bloqueio de imóveis e veículos. Nesta fase da operação, já são 16 pessoas denunciadas e 696 crimes apurados.
“A gestão da Câmara de Muriaé informa que desde o início da Operação Catarse vem colaborando e continuará colaborando com as investigações e pautando pela transparência dos fatos comunica que hoje, na fase IV desta operação, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no gabinete da diretoria da Câmara Municipal”.