Definição

Futuro de Burguês na Câmara começa a ser definido hoje

Em votação nesta quarta-feira (08), os vereadores devem aprovar a abertura de processo de cassação de colega após indiciamento pela Polícia Civil

Por Franco Malheiro
Publicado em 08 de fevereiro de 2023 | 05:00
 
 
 
normal

A abertura do processo de cassação do vereador de Belo Horizonte Léo Burguês (União Brasil) deve ser aprovada por 40 dos 41 vereadores – o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (sem partido), não vota. Para que o processo tenha seguimento são necessários 21 votos. Inclusive, o próprio Burguês votará pela abertura do processo de cassação. 

Burguês foi alvo de inquérito da Polícia Civil que o indiciou por peculato, corrupção passiva e ativa, advocacia administrativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. 

No dia 30 de janeiro, um pedido de cassação de mandato foi protocolado na Câmara, e a Procuradoria deu parecer pela admissibilidade. Gabriel aceitou e colocou em tramitação. 

Caso o processo seja aberto, uma comissão processante de três vereadores será sorteada e terá 90 dias para apresentar o relatório final. Esse texto será apreciado no plenário. Para que o vereador seja cassado, são necessários 28 votos. 

O TEMPO ouviu parlamentares para desenhar o cenário de votação. Líderes das bancadas e dos blocos da Casa, ouvidos pela reportagem, orientaram a votação pela abertura, mas evitaram cravar posição sobre uma possível cassação. 

O vereador Álvaro Damião (União Brasil), do mesmo partido de Burguês, afirmou que votará pela abertura. Na avaliação do parlamentar, o seu correligionário terá maior chance de se defender em uma Comissão Processante. 

“Vou votar pela abertura do processo de cassação até para dar ao Léo Burguês o direito de se defender. Ele tem esse direito e vai ter esse tempo”, afirmou Damião, mas disse que seu voto não foi orientado pelo Bloco Democrático Independente, de que faz parte, ao lado de Burguês e do vereador Reinaldo Gomes (MDB).

“Essa é uma votação muito individual. Independentemente do que o bloco orienta, é uma votação do vereador, que deve fazer com as convicções dele”, completou.

O líder do governo, vereador Bruno Miranda (PDT), afirmou que orientou a bancada do PDT e os parlamentares da base a votarem pela abertura. 
“Orientação deve ser pela abertura do processo até para que possamos aprofundar no caso”, destacou Miranda. Wanderley Porto (Patriota), que é vice-líder do governo, também reiterou que votará pela Comissão Processante. 

Na segunda-feira, Burguês foi ao microfone do plenário para se defender das acusações e dizer que é inocente, no entanto ele pediu para que os colegas votassem pela abertura do processo, justamente para que ele pudesse ter, na Comissão Processante, um local adequado para se defender. 

Claudiney Dulim (Avante), que foi candidato à presidência da Casa apoiado por Burguês, afirmou que foi deliberado entre os três vereadores que compõem o bloco que lidera pela abertura do processo de cassação.

Entre os parlamentares da esquerda, segundo o vereador Pedro Patrus (PT), os políticos devem se manifestar também pelo seguimento do processo. “Eu sou sempre favorável que as pessoas tenham o direito de defesa. E acredito que o vereador poderá apresentar sua defesa”, afirmou Patrus.

Do PSD, partido do prefeito Fuad Noman, de quem Léo Burguês é aliado, apesar de não ser base, o líder da bancada, vereador Helinho da Farmácia (PSD), afirmou que votará pela abertura, mas não há orientação expressa para os correligionários da legenda.

Bancadas

A bancada do Novo, conforme informou a vereadora Fernanda Pereira Altoé, vai votar pela abertura do processo de cassação. Porém, ela ressalta que, sobre cassar ou não o parlamentar, isso só será definido conforme a apuração da Comissão Processante.

“Seremos favoráveis à abertura. Se há uma investigação robusta do Gaeco, a abertura se justifica. Eventuais conclusões somente após os trabalhos da comissão”, destacou Fernanda. 

O vereador Juliano Lopes (Agir), líder do bloco Ordem e Progresso, que conta com ele, o vereador Célio Fróes (PSC) e a vereadora Loíde Gonçalves (Podemos), afirmou que definiram o voto pela abertura do processo. O vereador Irlan Melo (Patriota) também vota pela abertura. 

Segundo o vereador Wesley da Auto Escola (PP), a bancada do PP – que conta com sete parlamentares – seguirá com “a orientação do Léo”, já que o vereador pediu para que os colegas votassem a favor da Comissão Processante. 

Já os vereadores Cleiton Xavier (PMN) e Jorge Santos (Republicanos), que compõem o bloco Independente, não informaram qual será a posição deles. 

O bloco Pátria Minas, dos vereadores Uner Augusto (PRTB) e Henrique Braga (PSDB), e os vereadores Sérgio Fernando (PL) e Marilda Portela (Cidadania) também não responderam. Ciro Pereira (PTB), que compõe um bloco junto com Gabriel Azevedo, vai votar a favor do processo de cassação. 

 

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!