Gabriel Azevedo

BH se integra à rede Fab City em busca da sustentabilidade

Parceria entre o público e o privado pelo desenvolvimento


Publicado em 09 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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Planejar as cidades, com o objetivo de torná-las polos de inovação e de sustentabilidade, é compromisso dos gestores públicos. Em um mundo cada vez mais globalizado, tecnológico e extremamente preocupado com preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, nenhum político pode ignorar tal realidade, sob pena de prejudicar gravemente o futuro de muitas gerações.

Por essa razão, só tenho a aplaudir a iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que firmou pacto com o Centro Universitário Newton Paiva para incluir a capital mineira na rede mundial Fab City, que tem como proposta tornar as cidades 100% sustentáveis e autossuficientes até 2054.

Nesta semana, a PBH e a instituição de ensino, por meio do FabLab Newton, apresentaram a proposta da Fab City a representantes da iniciativa privada e de setores públicos, com o objetivo de construir apoios e parcerias com esses agentes.

A construção da rede de parceiros, que assumirão o compromisso de transformar a forma como Belo Horizonte produz e consome, é a síntese do que deve ser feito nos próximos 36 anos.

Os esforços se concentrarão na implementação de projetos de desenvolvimento sustentável e da chamada economia circular. Basicamente, o conceito de economia circular elimina os resíduos, transformados em insumos para a elaboração de novos produtos.

Atualmente, 28 cidades integram a rede mundial Fab City. Barcelona, Amsterdã e Paris estão nessa relação. No Brasil, São Paulo, Curitiba, Recife e Sorocaba participam do projeto. A proposta Fab City surgiu em 2011, em uma iniciativa conjunta do Instituto de Arquitetura Avançada da Catalunha (Iaac), do Center for Bits and Atoms do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), da Prefeitura de Barcelona e da Fab Foundation.

O compromisso da prefeitura para incluir Belo Horizonte na rede Fab City foi firmado com a Newton Paiva em novembro do ano passado. Desde então, os esforços têm se concentrado na preparação para a apresentação dessa parceria. Pelo lado da Newton Paiva, um dos responsáveis pela iniciativa é o arquiteto e professor Rodrigo Figueiredo Rei, coordenador do curso de arquitetura e urbanismo da instituição de ensino. Pelo município, as negociações ficaram a cargo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, representada pelo secretário Cláudio Beato e pelo diretor de Relações Internacionais Hugo Salomão França.

Além dos benefícios para a construção de um futuro autossustentável para Belo Horizonte a partir da inclusão de nossa cidade na rede Fab City, é preciso destacar outro ponto positivo dessa iniciativa tão importante: a atuação conjunta da administração municipal, da Newton Paiva e de parceiros que vão se integrar ao processo. Essa é a maneira mais correta e produtiva de administrar uma cidade, Estado ou país: em sintonia com instituições de ensino e pesquisa e com a iniciativa privada.

No Brasil, demoramos muito a tomar consciência da necessidade desse trabalho conjunto. O poder público não dispõe de recursos financeiros e humanos suficientes para atender as demandas da população.

Ainda estamos num estágio embrionário nesse quesito, mas as perspectivas apontam a superação dos preconceitos em relação à participação da iniciativa privada em ações governamentais. Esse é o caminho. Da minha parte, vou colaborar com a integração dos usuários do aplicativo Meu Vereador às iniciativas da Fab City.

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