Fundação

Governo de Minas escolhe Felipe Cardoso Vale Pires como novo presidente do Iepha

Lugar era ocupado por Michele Arroyo até 21 de abril, que teve “desalinhamento político com o alto escalão

Por Lucas Gomes
Publicado em 12 de maio de 2021 | 22:58
 
 
 
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Depois de ficar 22 dias sem presidente, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) tem um nome escolhido para comandar a fundação. Felipe Cardoso Vale Pires, de 37 anos, deve ser nomeado nesta quinta-feira (13) pelo secretário de Cultura e Turismo Leônidas Oliveira.

Pires tem formação em Engenharia Civil e em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG. Nos últimos dois anos ele cursou mestrado em Análise Estrutural de Monumentos e Edificações Históricas na Universidade do Minho, em Portugal.

Ele já atuou no próprio Iepha entre 2017 e 2018 como gerente de monitoramento e avaliação, além de executar papéis de coordenação no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Minas Gerais (Iphan-MG). Pires também foi coordenador de Cultura da Prefeitura de Mariana entre 2015 e 2016.

Em entrevista exclusiva, Felipe Pires contou que voltou recentemente do país europeu e no momento de transição do Iepha, recebeu o convite do secretário Leônidas Oliveira para assumir a presidência. “Me convidou pelo o que viu do meu currículo. Desse modo, eu não vi outra opção a não ser aceitar porque é uma oportunidade muito boa, é um grande desafio”, contou.

O novo escolhido pela Secretaria de Cultura considerou que a experiência adquirida na coisa pública, seja no Iepha, no Iphan ou em prefeitura lhe dão uma noção melhor da burocracia interna desse tipo de órgão, além de dar condições de conhecer pessoas, trâmites internos, documentos e qual tipo de patrimônio é protegido por qual instituição, já que há diferença entre o que é resguardado pelo Iepha e pelo Iphan.  “Isso já me permite chegar e implementar ideias e não ter que aprender como as coisas funcionam”, disse.

Pires lembrou da ex-presidente do Iepha Michele Arroyo, que considerou uma gestora experiente e um longo “histórico de gestões de sucesso” e que, por isso, não espera encontrar um instituto com problemas.  Perguntado se pretende mudar algum programa ou procedimento interno, o novo presidente afirmou que precisa fazer uma análise mais detalhada do que tramita internamente antes de implementar novas ideias, mas que tudo será reavaliado e, se houver a necessidade, modificado.

Um dos motivos para a exoneração de Michele Arroyo em 21 de abril, segundo apuração, teria sido o “desalinhamento político” com o alto escalão do governo. Felipe Pires enfatizou que não teve nenhuma conversa sobre o assunto com integrantes do Executivo.

Em contato com a reportagem, o secretário Leônidas Oliveira endossou a fala do escolhido e disse que não tratam do assunto. “Todo cargo dessa ponta é político. No meu caso tratamos apenas da questão técnica que é e será o princípio fundamental do trabalho do novo presidente”, declarou. O responsável pela Cultura e Turismo da gestão de Romeu Zema (Novo) afirmou que analisou cerca de dez currículos que lhe foram enviados ou ele pediu e que no caso de Felipe Pires, ele já o conhecia pelo trabalho e que isso foi o fator determinante para a escolha. 

Oliveira também comentou sobre a experiência do novo presidente e se há diferença da gestão anterior. “Ajuda muito pois a interface com prefeituras, Estado e governo federal é constante e conhecer como funcionam os órgãos ajuda bastante, sobretudo no estabelecimento de parcerias. Contribui também a experiência no setor público, o MBA em Patrimônio e ainda o fato dele, além de ser arquiteto urbanista, ser engenheiro. Nosso maior projeto hoje no Iepha é o “Luz no Patrimônio”, que é o cabeamento subterrâneo das cidades históricas e iluminação cênica dos monumentos, algo muito aderente a formação e experiência do Felipe”, explicou.

A expectativa da Secult, segundo Oliveira, é que Felipe Pires leve “adiante os projetos e traga a criatividade para ampliar o diálogo com os municípios, que é a principal meta da pasta”.

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