O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que as empresas aéreas devem apresentar, em até 10 dias, um plano para reduzir o preço das passagens aéreas. O compromisso foi feito em reunião na terça-feira (14) entre o ministro, com representantes das companhias Latam, Azul, Gol e VoePass, da Associação Brasileira das Empresas Aéreas e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“Fizemos uma reunião com as companhias aéreas que se comprometeram a apresentar um plano para que a gente possa buscar a redução no custo das passagens no Brasil”, declarou Silvio Costa Filho, pontuando ser de conhecimento público que o aumento dos preços das passagens é um efeito mundial. "O que nós não podemos aceitar e permitir são aumentos abusivos que têm prejudicado a população brasileira”, acrescentou.
"A gente não pode, naturalmente, fazer nenhuma intervenção, não nos cabe, nas companhias aéreas [para reduzir os valores]. O que a gente está buscando é o diálogo, porque são das diferenças que se constroem as convergências", completou o ministro.
Na avaliação do governo, os preços deveriam acompanhar a queda no preço do querosene de aviação, que teve queda de 18,7% nas refinarias da Petrobras, na comparação com novembro de 2022. O combustível é responsável por 40% dos custos do setor aéreo e, em setembro, foi vendido a R$ 4,38 por litro, em média.
As empresas, porém, alegam que custos jurídicos das companhias aéreas, que pagam cerca de R$ 1 bilhão com processos judiciais, têm influência no preço das passagens, assim como as dificuldades enfrentadas entre 2020 e 2021, por conta da pandemia de Covid-19. "As companhias aéreas passaram momentos muito difíceis e estão com problemas de fato de caixa até para colocar aeronaves viajando pelo Brasil", declarou o ministro.
Segundo dados da Anac de agosto, o preço médio das tarifas é de R$ 649,17. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que a alta nos preços das passagens áreas representou o maior impacto individual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que da inflação oficial. O item subiu 23,7% em outubro na comparação com o mês anterior. Nos últimos dois meses, o acúmulo é de 37,17%.