Judiciário

Aliados de Lula comemoram maioria de votos no TSE para condenar Bolsonaro

Integrantes da base governista de Lula usaram ironia para comentar a possível inelegibilidade de Bolsonaro pelo TSE

Por Lucyenne Landim
Publicado em 30 de junho de 2023 | 12:54
 
 
 
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Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não esperaram sequer o fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para comemorar. No início da tarde desta sexta-feira (30), logo após a Corte Eleitoral formar maioria para deixar o ex-mandatário inelegível até 2030, governistas começaram a celebrar a decisão.

Durante agenda no Rio Grande do Sul para entrega de residências do “Minha Casa, Minha Vida” na cidade de Viamão, o ministro das Comunicações Paulo Pimenta não fez menção ao voto da ministra Cármen Lúcia do STF, que deu maioria, mas disse que essa sexta era “um grande dia”. “Passou o período do ódio, do negacionismo. Vamos respeitar a democracia”, frisou.  

Aliados de Lula também se manifestaram pelas redes sociais. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, publicou no Twitter: "Grande dia 👍🏽". Em tom de ironia, acrescentou: "Eu fico triste com uma notícia dessas [🚀] ".

O deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou uma foto em que ele e Lula aparecem sorrindo e ironizou: "Muito triste ao saber que Bolsonaro está inelegível por 8 anos!", completando com um "Sextou". Depois, acrescentou: "Bolsonaro é o próprio demônio, veio pra matar roubar e destruir. Imita doente com falta de ar agora, desgraça! Não se derrota o nazismo com flores. Quem tiver com peninha é só levar pra casa."

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou: "Do julgamento do TSE emanam importantes mensagens: 1. Mentir não é ferramenta legítima para o exercício de uma função pública; 2. Política não é regida pela 'lei da selva', em que o mais forte tudo pode. A democracia venceu o mais duro teste de estresse das últimas décadas".

"Decisão do TSE prova a perpetração de ataques abusivos ao Sistema de Justiça e à ordem jurídica. Por isso, enviarei requerimento à AGU [Advocacia Geral da União] visando análise de ação de indenização pelos danos causados ao Poder Judiciário da União e à sociedade, em face da conduta do Sr. Bolsonaro", acrescentou Dino.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, publicou: "Inelegível! Até 2031!". De acordo com a decisão do TSE, no entanto, a inelegibilidade de Bolsonaro valerá por oito anos a partir das eleições de 2022. Com isso, a condenação valerá até 2030.

Para o ministro de Relações Institucionais, Aleaxandre Padilha, "Bolsonaro inelegível não é sobre as eleições de 2026, algo ainda muito distante das nossas preocupações. Mas sim sobre o papel do ex-presidente nos ataques à democracia ao não aceitar o resultado das urnas".

"Os votos dos ministros foram enfáticos na comprovação dos abusos de Bolsonaro, mentor dos sucessivos ataques à democracia que culminaram nos atos terroristas de dezembro e 8 de janeiro. A decisão foi mais do que acertada. O voto do relator escancarou as atitudes irresponsáveis do ex-presidente contra o nosso sistema eleitoral", acrescentou.

"É um primeiro passo na direção da responsabilização pelos crimes em série cometidos por Bolsonaro e pela organização criminosa que ele chefia. Ainda há muito o que ser apurado e punido, mas vamos em frente na nossa missão de unir e reconstruir o Brasil - e melhorar a vida das pessoas", completou Padilha.

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), escreveu no Twitter: "Decisão do TSE que torna Bolsonaro inelegível tem uma enorme força didática. O tribunal condenou os métodos da extrema-direita, como a disseminação industrial de mentiras, as ameaças à democracia, o uso da máquina pública pra perseguir adversários e prevalecer na disputa eleitoral. A defesa da democracia e o enfrentamento ao fascismo permanecem na ordem do dia. Um grande dia!"

Presidente do PDT, partido que entrou com a ação no TSE, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, publicou no Twitter: "A justiça foi feita! O belzebu desrespeitou e atentou contra a democracia e a vida dos brasileiros, e está enfrentando as consequências. O PDT trabalhou arduamente com a justiça brasileira para cumprir nossa responsabilidade histórica contra os antidemocráticos. Vencemos!".

Apesar da distância que mantém de Lula, o ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, também se manifestou pela ação do partido: "Fez-se justiça! Quando nós do PDT pedimos providências ao TSE, queríamos proteger a democracia e punir o abuso de poder político praticado por Bolsonaro. Bolsonaro inelegível por império da lei. O que espero é que, de hoje em diante, tenhamos os brasileiros direito de cobrar de nosso governo mudanças profundas na vida política e econômica do Brasil, sem o oportunismo de a tudo termos que engolir porque senão… 'Bolsonaro voltaria'".

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