Solenidade

Ao lado de Lula, comandante do Exército diz que força é apolítica e apartidária

O general Tomas Miguel Ribeiro Paiva discursou em evento comemorativo do Dia do Exército, que contou com a presença de Villas Bôas, desafeto de Lula

Por Manuel Marçal
Publicado em 19 de abril de 2023 | 11:20
 
 
 
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O comandante do Exército, general Tomas Miguel Ribeiro Paiva, disse nesta quinta-feira (19), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a instituição é "apolítica, apartidária, imparcial e coesa". Ele ainda pediu aos militares para ter "fé nos princípios democráticos".

O general deu a declaração durante a cerimônia do Dia do Exército, no Quartel-General, em Brasília. Ela consta do texto da "Ordem do Dia" relativa à data, que foi publicado no site do Exército Brasileiro.

“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares, herdeiros dos heróis de Guararapes e fiéis guardiões de nossa soberania”, afirmou, ao lado de Lula e em frente à tropa.  

Tomas Miguel Ribeiro Paiva assumiu o cargo mais alto do Exército nem 21 de janeiro, após Lula defenestrar o antigo comandante – o general Júlio César Arruda, que não ficou um mês no cargo. Arruda foi um dos pivôs da crise institucional entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto devido a atuação de militares nas invasões aos prédios da Praça dos Três Poderes por bolsonaristas radicais em 8 de janeiro.  

A participação de Lula na cerimônia do Dia do Exército, ao lado do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, é visto como mais um gesto de aproximação do mandatário com os militares.  

O local do evento é o mesmo onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ficaram acampados desde a vitória de Lula nas urnas até 8 de janeiro, quando se deslocaram para a Esplanada dos Ministérios e invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes no intuito de derrubar o presidente recém-empossado por meio de uma intervenção militar. 

Desafeto de Lula, general Villas Bôas

A solenidade para entrega das medalhas de Ordem do Mérito Militar (OMM) e  da Medalha do Exército Brasileiro (MEB) contou com a presença dos comandantes das três Forças, ministros de Estado e representantes dos três Poderes.  

Além disso, ficou evidente a presença de alguns desafetos políticos do presidente Lula no lugar reservado às autoridades. Na ponta do palco estava o ex-comandante do Exército – o general da reserva Eduardo Villas Bôas.  

Em 2018, às vésperas do julgamento do habeas corpus de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Villas Boas usou as redes sociais para falar sobre ‘impunidade’. 

Em 2022, após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, o militar se manifestou favorável aos protestos antidemocráticas que ocorreram no Dia da República, em 15 de novembro.  

Assessor de Bolsonaro recebeu medalha  

Foram entregues mais de 220 medalhas de reconhecimento, entre militares e autoridades políticas. Um dos nomes chamou mais a atenção. Na ordem “171” dos agraciados está o ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (PL) Mosart Aragão Pereira. 

Os presidentes da Câmara, Senado e STF foram, respectivamente, contemplados no primeiro, segundo e terceiro lugares.

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