Associação de Peritos Criminais critica nova troca na Polícia Federal

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, disse que vê “com preocupação” a nova troca no comando da Polícia Federal, anunciada nesta sexta-feira (25) pelo governo.

O delegado Paulo Maiurino, que estava como diretor-geral da instituição desde abril de 2021, foi exonerado. No lugar dele, entra o delegado Márcio Nunes de Oliveira. Esta foi a quarta troca no cargo desde o início do governo Jair Bolsonaro.

“Isso acaba inviabilizando a execução e a elaboração de projetos de médio e longo prazo. E acaba também fragilizando a própria atuação da instituição”, disse Marcos Camargo, em vídeo divulgado nesta sexta (25). 

O presidente da APCF também criticou a alta rotatividade na direção-geral da PF desde 2018, com cinco nomes tendo ocupado o cargo no período.

“A possibilidade de trocarmos um diretor-geral não deve ser entendida como um salvo-conduto para que essa troca seja feita de forma constante e sem a apresentação de critérios claros, de critérios objetivos para isso”, afirmou Márcio Camargo.

O comando da Polícia Federal já foi alvo de disputas internas no governo e levou à saída do então ministro da Justiça, Sergio Moro, em abril de 2020. Na época, o presidente Jair Bolsonaro desonerou o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, que era um nome de confiança de Moro, para nomear Alexandre Ramagem, nome que tinha proximidade com a família Bolsonaro.

A nomeação foi suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em uma ação ajuizada pelo PDT. Segundo Moraes, houve desvio de finalidade na função.

Em seguida, já sem Moro no governo, o nomeado foi Rolando Alexandre de Souza. Em abril de 2021, foi nomeado Paulo Maiurino, exonerado nesta sexta (25).

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