NO CORCOVADO

Bolsonaro amplia acesso e poder da Igreja Católica na gestão do Cristo Redentor

Acordo assinado nesta segunda-feira (4) garante livre acesso da Arquidiocese do Rio de Janeiro ao monumento e garante participação da igreja na receita dos ingressos

Por Luana Melody Brasil
Publicado em 04 de abril de 2022 | 14:47
 
 
 
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O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) formalizou a assinatura de um Acordo de Convivência para ampliar o acesso e poder de atuação da Igreja Católica na área do Cristo Redentor, que fica no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro. 

As novas regras foram assinadas em cerimônia na manhã desta segunda-feira (4), no monumento, com o objetivo de compatibilizar a atuação da Arquidiocese do Rio de Janeiro, representada pela Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, com as atividades do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

O Cristo Redentor fica no Parque Nacional da Tijuca, uma Unidade de Conservação gerida pelo ICMBio. A Igreja Católica, por sua vez, é parte integrante da unidade por ser responsável pela área do Cristo Redentor.

A solenidade contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro, dos ministros Joaquim Leite (Meio Ambiente), Paulo Guedes (Economia), Bruno Bianco (Advogado-Geral da União), além do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o governador do estado, Cláudio Castro e o cardeal do Rio de Janeiro Dom Orani Tempesta, entre outras autoridades federais e religiosas.

O que define o Acordo de Convivência?

Com validade de 10 anos, o documento assinado pelo governo federal e a Igreja Católica permite livre acesso da arquidiocese ao monumento, independente de horário.

"[o Acordo] Prevê a manutenção e acessibilidade ao Morro do Corcovado e ao Santuário Cristo Redentor, além da definição de estratégias para a gestão do parque, que incluem os valores intangíveis ligados ao patrimônio natural, levando sempre em conta a espiritualidade e a preservação da natureza", informa comunicado do Ministério do Meio Ambiente.

Ainda de acordo com informações do comunicado oficial, a gestão do parque será executada por meio de projetos formalizados e definidos em plano de trabalho aprovado pelo ICMBio e pela arquidiocese Mitra. "As iniciativas levarão em consideração o papel social do Parque da Tijuca na perspectiva ambiental, turística e sagrada", acrescenta a nota.

Além disso, o acordo garante à igreja participação na receita dos ingressos, nos casos das entradas inteiras, que são pagos por cidadãos brasileiros e turistas estrangeiros. Como é o principal ponto turístico do estado, e um cartão postal do Brasil, o Cristo Redentor recebe cerca de 3 milhões de visitantes por ano.

O Cristo Redentor foi inaugurado em 1931 e logo em seguida repassado para a administração da Igreja. Já o Parque Nacional da Tijuca foi criado trinta anos depois, o que gerou a necessidade de entendimento entre a arquidiocese e o governo federal.

(Com Agência Brasil)

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