GOVERNO

Bolsonaro ataca ex-ministro da Saúde Mandetta: "Trabalhou contra classe médica"

Presidente acusou ex-ministro da Saúde, demitido no início da pandemia do coronavírus, de agir para que Revalida fosse feito por faculdades particulares

Por Luana Melody Brasil
Publicado em 18 de abril de 2022 | 18:16
 
 
 
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta de ter agido no Congresso Nacional para que o exame do Revalida (revalidação de diploma de médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior) fosse feito também por faculdades particulares.

"Quero falar uma coisa já que tem médico aqui: ministro Henrique Mandetta. Chegou um projeto para que eu sancionasse. Esteve em meu gabinete, Henrique Mandetta, e mais pessoas à frente de associações, Conselho Federal de Medicina, pessoas que realmente trabalham nessa área", disse Bolsonaro, em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (18).

"Senti no semblante de alguns que algo estava errado. Perguntei: 'O que está errado?'. Ficaram meio constrangidos, até que eu consegui conversar com um no canto. 'É que aqui no projeto tem que as [faculdades] particulares poderão fazer o Revalida. Temos excelentes particulares aqui no Brasil, mas a gente sabe que sempre tem uma ou outra que é complicado", seguiu o presidente.

Atualmente, o Revalida pode ser realizado por 37 universidades públicas federais. Segundo Bolsonaro, o ex-ministro agiu na surdina para que os parlamentares derrubassem o veto.

"Eu vetei, e o Mandetta obviamente não gostou. Não preciso falar do porquê ele ficou pouco tempo com a gente. Fizemos a nossa parte. Se aquilo tivesse lá atrás passado, como quase passou desapercebido por mim, assim por quatro votos não foi derrubado esse veto. Um trabalho do Mandetta contra a sua classe médica", encerrou Bolsonaro.

Mandetta foi ministro da Saúde do primeiro dia do governo Bolsonaro até o dia 16 de abril de 2020, quando conflitos entre ele e o presidente sobre a condução do combate à pandemia de coronavírus o levaram à demissão.

A cerimônia na qual Bolsonaro trouxe esse assunto foi para anunciar a contratação do primeiro grupo de médicos do programa Médicos pelo Brasil, lançado em agosto de 2019 para substituir o Mais Médicos, do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

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