O presidente Jair Bolsonaro cobrou do presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, um posicionamento sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a covid-19. A reunião, que também contou com participação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, aconteceu no encontro do G20, em Roma, na Itália.
Em vídeo publicado neste domingo (31) nas redes sociais, Bolsonaro, em conversa com Tedros, criticou a obrigatoriedade da vacinação, sobretudo em crianças.
“A OMS não recomenda a vacina para crianças. Temos que ter uma nota nesse sentido dizendo que reconhece ou não reconhece”, pediu o presidente ao diretor do órgão.
No Brasil, a medida ainda não foi adotada. A Pfizer já anunciou que vai entrar com um pedido de uso emergencial da vacina para quem tem de 5 a 11 anos de idade. O requerimento tem de passar pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na última semana, cinco técnicos que compõem a diretoria do órgão receberam ameaças de morte por e-mail com a exigência de que negassem a aplicação do imunizante em crianças. Na conversa com o diretor-geral da OMS, Bolsonaro lamentou o ocorrido.
O presidente também criticou a imprensa e o Supremo Tribunal Federal em relação a notícias sobre a vacina.
“Tem informações dos dois lados. Quando fala contra a vacina, a imprensa e o judiciário falam que é fake news. A gente fica amarrado porque está mexendo com a vida de crianças”, disse Bolsonaro.
O líder brasileiro ainda se disse “o único chefe de estado do mundo a ser investigado e acusado de genocidio”. E afirmou “não ter o comando das ações da pandemia” por decisão judicial que conferiu a governadores e prefeitos a prerrogativa de adotar medidas sanitárias de combate à covid-19.