O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar medidas impostas por governadores e prefeitos para conter a disseminação da Covid-19. Ele citou, especificamente, a exigência do comprovante de vacinação e os decretos de lockdown e garantiu “jamais” ter pensado em assinar imposições semelhantes.
A política contra restrições é criticada pela comunidade científica desde o início da pandemia, em março de 2020. Mas, na visão de Bolsonaro, foi um "acerto" para o Brasil.
Para o mandatário, as restrições atacam frontalmente a garantia ao direito de liberdade, o que ele classificou como “sagrado” e uma luta “mais importante do que a nossa própria vida”.
“O governo federal poderia por decreto, por exemplo, criar o passaporte vacinal, mas eu jamais farei isso. O governo federal poderia ter decretado o lockdown nacional, mas eu jamais pensei em fazer isso. O presidente poderia tomar outras medidas restritivas, mas eu sei que aquilo que mais vale entre nós é a nossa liberdade”, declarou.
O presidente frisou que não obrigaria a população a adotar medidas que ele mesmo não cumpre. Em diversas ocasiões, Bolsonaro foi multado por desrespeitar decretos que obrigavam o uso de máscara e promoveu aglomerações contraindicadas por cientistas por conta do alto risco de contágio pela doença.
“Jamais obrigaria vocês a fazerem aquilo que eu não faço, porque a nossa liberdade está acima de tudo, e a nossa liberdade, batalhada no dia a dia, é para que essa geração, lá na frente, reconheça o trabalho de todos nós”, acrescentou.
O chefe do Palácio do Planalto discursou em evento em São José dos Campos, em São Paulo, de assinatura do contrato de concessão das rodovias Presidente Dutra e Rio-Santos.
“Não fechei uma só loja de comércio. Apesar de as críticas virem de todos os lados, hoje vocês veem que nós acertamos em nossa política. Salvamos a economia, como salvamos muitas vidas com recursos que enviamos para estados e municípios”, destacou.
Ainda no discurso, Bolsonaro afirmou que, “apesar de dois anos de pandemia com muitas mortes e com um baque muito forte na nossa economia”, o governo federal fez “o que melhor poderia ter feito”. As decisões tomadas, na avaliação dele, demonstraram “respeito” de autoridades internacionais ao Brasil.
“A nossa postura tem mostrado para o mundo como estamos agindo nesse episódio. Estamos conectados com o mundo todo. O equilíbrio, a isenção e o respeito a todo se faz valer pelo chefe do [Poder] Executivo”, finalizou.
O Brasil registra, nesta sexta-feira (4), 650.578 mortes por Covid-19. Ao todo, são 28.904.030 casos de infecção pelo coronavírus confirmados. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
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