Contrariando novamente o que especialistas e a comunidade científica mundial tem apresentado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o contágio pela variante ômicron como uma estratégia para a "imunidade de rebanho", defendida pelo governo desde o início da pandemia como meio de driblar as vacinas.
Na manhã deste sábado (22), o presidente afirmou que algumas pessoas, sem dizer quais, garantem que a variante ômicron, do coronavírus, “seria um vírus vacinal”.
“Temos agora a ômicron. Já dizem, não sou eu que estou dizendo, são alguns, que seria um vírus vacinal. E estamos partindo para o fim [da pandemia]”, declarou Bolsonaro durante conversa com jornalistas, em Eldorado, no interior de São Paulo.
Ele está voltando para Brasília neste sábado (22) após ter participado do velório e enterro da mãe, Olinda Bolsonaro, que faleceu na madrugada da sexta-feira (21).
O chefe do Executivo fez declaração semelhante durante entrevista à Gazeta Brasil em 12 de janeiro.
“A ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem, deve ter uma capacidade de se difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena", disse Bolsonaro.
Sempre sem citar nem estudos nem nomes de cientistas, o presidente acrescentou que a ômicron é um "vírus vacinal". "Deveria até, segundo algumas pessoas estudiosas sérias e não vinculadas a farmacêuticas, né, dizem que a ômicron é bem-vinda e pode, sim, sinalizar o fim da pandemia”, insistiu.
Especialistas e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) têm reiteradas vezes destacado que a ômicron, embora menos letal, não significa o fim imediato da pandemia, pois pode provocar nova sobrecarga aos sistemas de saúde.
Desde que se instalou no Brasil, as infecções pela Covid-19 dispararam e causaram uma corrida por testes, ainda insuficientes na maioria das unidades da federação.
Na quarta-feira (19), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tentou justificar a escassez de testes argumentando que não comprou mais por não haver demanda.
De acordo com estudo da rede Corona-ômica e da rede Vírus, ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), divulgado na sexta-feira (21), a ômicron já é responsável por 97% dos casos da doença no país.
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