A médica Mayra Pinheiro, que também conhecida como “capitã cloroquina”, foi exonerada do cargo de subsecretária da Perícia Médica Federal do Ministério do Trabalho e Previdência, em despacho no Diário Oficial da União desta quarta-feira (30). Ela estava no cargo desde fevereiro, quando deixou o Ministério da Saúde.
Com isso, ela fica livre para disputar as eleições pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ao qual se filiou em fevereiro. A expectativa é que seja candidata a deputada federal pelo Ceará. Inicialmente, cogitou-se uma candidatura ao Senado, mas a hipótese é considerada pouco provável.
Mayra Pinheiro ganhou notoriedade durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, por ter defendido o uso de hidroxicloroquina no tratamento contra a covid-19 - o medicamento é considerado ineficaz no combate à doença.
Ela foi uma das responsáveis por uma visita de médicos a Manaus, no final de 2020, para difundir a aplicação do remédio. Poucas semanas depois, além da alta de casos, a capital do Amazonas enfrentou um colapso devido à falta de oxigênio para pacientes com covid.
Em relatório aprovado em outubro, a CPI pediu ao Ministério Público o indiciamento da ex-secretária, apontando os crimes de epidemia com resultado morte e prevaricação, quando o funcionário público deixa de agir em razão do interesse público.
Os senadores apontaram, ainda, que Mayra cometeu crime contra a humanidade. Ela chegou a acionar o STF e pedir investigação contra a cúpula da CPI por violação de sigilo funcional e dano emocional à mulher. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou pela rejeição do pedido.
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