O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que enviará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Ministério Público Federal (MPF) representação contra o desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), que afirmou que seu Estado tem nível cultural superior ao Norte e ao Nordeste e que é um local que não tem o jogo político de outras unidades da federação.
"Precisamos de uma Justiça antirracista no Brasil. E por isso vamos enviar ao CNJ e ao PMF o caso do desembargador que propagou que um Estado tem "nível cultural superior" a outras regiões, em abordagem discriminatória. Consideramos que a conduta pode ser enquadrada na Lei 7.716/89", afirmou Flávio Dino em suas redes sociais.
O comentário do desembargador foi feito durante sessão da Segunda Câmara Criminal do TJ-PR. Ao falar que as pessoas lembram de operações como Lava Jato, Petrolão e Mensalão, ele afirmou que ainda há muita corrupção, mesmo em seu Estado que ele indica considerar superior a outros do Brasil.
"Porque é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um Estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordestem etc. É um país (sic) que não tem esse jogo político dos outros Estados. Aqui no Paraná é uma vergonha", afirmou o magistrado.
Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça parananese argumentou que o Mário Helton Jorge estaria se referindo "à corrupção em geral" e que "não houve intenção de menosprezar ou estabelecer comparação de cunho preconceituoso contra qualquer pessoa, instituição ou região". "No contexto da fala, é feita uma crítica ao próprio Estado do Paraná, que sofre com a corrupção", afirma o magistrado na nota. Ele ainda pediu "sinceras desculpas" pelo comentário alvo da polêmica.
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