Diplomacia

Governos europeus demonstram inquietação caso Putin participe do G20, no RJ

O presidente Lula (PT) afirmou no ano passado que o russo seria convidado para a cúpula, programada para acontecer no Rio de Janeiro

Por Gabriela Oliva
Publicado em 14 de março de 2024 | 16:52
 
 
 
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Existe uma inquietação entre os governos europeus diante da possibilidade de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, comparecer na próxima cúpula do G20, prevista para ocorrer no Rio de Janeiro, conforme anunciado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante um evento em Brasília promovido por representantes de países nórdicos, o embaixador da Noruega, Odd Magne Ruud, expressou preocupação com essa questão, declarando: "Se Putin vier em novembro para o G20, será um grande problema [para o Brasil] com os países do G7." Atualmente, compõe o grupo: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

Lula, ao mencionar o convite a Putin no final do ano passado, ressaltou que o líder russo terá que "considerar as consequências" de sua visita, dado que o Brasil é signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI) e possui obrigações a cumprir.

Putin teve a prisão decretada pelo TPI, devido à invasão russa ao território da Ucrânia. Pelas regras do TPI, caso ele vá a algum país signatário do Tratado de Roma, deve ser preso. O Brasil assina o documento.

Apesar das tensões decorrentes da aproximação entre Lula e Putin, a embaixadora da Suécia, Karin Wallensteen, expressou satisfação com a aprovação, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que exige a retirada das tropas russas da Ucrânia, com colaboração brasileira.

A resolução, que incorporou uma sugestão brasileira, reitera o apelo para que a Rússia retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território ucraniano dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas.

Wallensteen enfatizou: "Vamos observar as ações do Brasil. Apesar do que é dito, acreditamos na importância de suas ações. No Conselho de Segurança, o Brasil votou a favor de resoluções condenando o ataque russo. Confiamos que o Brasil continuará a ser um defensor da lei internacional e um parceiro confiável."

Discutindo a atual diplomacia brasileira, Wallensteen frisou uma mudança de postura entre os governos de Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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