NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL

Lula: 'Brasil se tornou a 9ª economia do mundo porque outros países caíram'

Ao lançar o programa Nova Indústria Brasil, o petista disse ainda que é preciso fazer com que “os empresários acreditem um pouco mais no Brasil

Por Manuel Marçal
Publicado em 22 de janeiro de 2024 | 14:47
 
 
 
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Ao lançar o novo programa de política industrial nesta segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil passou de 12ª para 9ª economia do mundo porque os outros países caíram”. Ainda segundo o petista, o país precisa superar o “problema” de ser “grande, mas nunca desenvolvido”. Para isso, Lula avaliou que é preciso fazer com que “os empresários acreditem um pouco mais no Brasil”. 

"A gente chega na beira, mas nunca chegamos lá. Já fomos a 6ª maior economia do mundo, fomos para a 12ª posição e voltamos para a 9ª agora, mas não porque crescemos muito mas porque os outros caíram. Isso não é motivo de orgulho", disse ao discursar durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto.

Lançado nesta segunda-feira, o programa Nova Indústria Brasil (NIB) prevê uma série de medidas com impactos até 2033. Dessa forma, o governo pretende destinar R$ 300 bilhões para o financiamento do setor até 2026. Na prática, o plano estabelece o poder público como principal agente do desenvolvimento do setor industrial. 

“É muito importante para o Brasil termos de volta uma política industrial inovadora, totalmente digitalizada como o mundo exige hoje. E que a gente possa superar de uma vez por todas esse problema de o Brasil nunca ser, definitivamente, um país grande e nunca desenvolvido”, disse. 

"Dinheiro não é problema"

O petista considerou como “alento” o valor de R$ 300 bilhões que o BNDES irá “aportar” para financiamento nos próximos quatro anos. Na avaliação do presidente, o Brasil saí do patamar atual de desindustrialização para dar “um salto de qualidade”. Na sequência, pediu empenho dos ministros do governo para fazer o programa funcionar. 

“Nós temos mais três anos pela frente e o objetivo aqui me parece que é pra gente chegar no final dos três anos e ter uma coisa concreta para a sociedade e falar: discutimos, aprovamos e aconteceu. O nosso problema era dinheiro, se dinheiro não é problema, então nós temos que resolver as coisas com muito mais facilidade”.

Lula também ponderou que o desenvolvimento industrial não depende apenas da vontade do governo, e que é preciso "fazer com que os empresários brasileiros acreditem um pouco mais no Brasil”. Ele criticou ainda o fato de alguns investidores fecharem fábricas no país para importar produtos da China. 

Nesse sentido, mais uma vez, o chefe do Executivo defendeu que para o Brasil crescer é preciso financiar a indústria conforme os produtos que o país deseja exportar. Seguindo essa linha de raciocínio, o petista destacou que o protecionismo do comércio exterior é um entrave e que aumentou nos últimos 15 anos. 

Na presença dos membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, Lula concluiu que "finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer que aconteça no Brasil uma política industrial. Em muitas delas, numa parceria entre o poder público e iniciativa privada”. 

Lula pede desculpas por atraso

O presidente pediu desculpas pelo fato de ter chegado atrasado para a cerimônia no Palácio do Planalto. A reunião estava marcada para às 11h, porém ele chegou com quase uma hora de atraso. Lula explicou que a demora aconteceu porque estava em uma “discussão ruim” sobre "coisas boas” com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. 

Embora não tenha mencionado o tema do encontro, Lula, Rui Costa  e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) discutiram sobre os vetos a Lei Orçamentária de 2024. A assinatura da LOA 2024 ocorre em solenidade no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, às 16h. 

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