O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cobrou nesta terça-feira (8) a cooperação de prefeitos e governadores que estejam no territória da Amazônia Legal para atingir a meta de desmatamento zero até 2030. Ele está em Belém, no Pará, para participar da Cúpula da Amazônia, que ocorre entre esta terça (8) e quarta (9).
"A minha obrigação é falar para todo mundo que o Brasil fará sua parte. Até 2030, teremos desmatamento zero nesse país. Não vamos fazer na marra. Nós temos que chamar todos os prefeitos e governadores e ter uma discussão, compartilhar com eles uma solução", disse durante a sua live semanal.
Lula ainda afirmou que não quer punir ou ofender as autoridades locais. "Não queremos ficar xingando e multando prefeito. Quem sabe assim a gente consiga ter todos os prefeitos como aliados para evitar que bandidos façam queimadas e derrubadas que fazem todo santo anos".
Em outro momento da transmissão ao vivo, Lula afirmou que a Cúpula da Amazônia pode virar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) da floresta amazônica.
"Na medida em que mundo desenvolvido já destruiu sua floresta, nós precisamos cobrar deles recursos e participação científica", defendeu.
Também durante a live, Lula afirmou que conversará com ministro da Educação, Camilo Santana, para incluir a "discussão sobre o clima" no currículo escolar.
"Defendo que o ministro da Educação coloque no curriculo escolar o debate sobre o clima. A gente tem que ter aula para as crianças sobre a questão do clima, o significado das pessoas cuidarem das coisas, e fazer coleta seletiva do lixo. Se você não coloca na escola, você não cria uma geração de pessoas para educar os mais velhos e futuras gerações", disse.
A Cúpula da Amazônia foi criada em 1995 pelos oito países que concentram a floresta: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Além dos oito países signatários, foram convidados para o evento o Congo, a República Democrática do Congo e a Indonésia (países com florestas tropicais), São Vicente e Granadinas (país que ocupa a presidência da CELAC), a França (pela Guiana Francesa), a Alemanha e a Noruega (principais doadores do Fundo Amazônia), além do presidente da COP28 e de representantes de bancos de fomento, como IBGE, BID, NBD (Banco dos Brics), entre outros.