O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou nesta quarta-feira (14) as pirâmides do Egito, ao lado da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, pouco depois de desembarcar no Cairo, para a sua primeira viagem internacional em 2024 e a segunda viagem oficial ao continente africano de seu terceiro mandato. O casal presidencial também visitou o Grande Museu do Egito.
As idas às atrações turíticas foram descritas como agenda privada e não houve cobertura oficial para a imprensa. Lula tem compromissos oficiais no Egito a partir de quinta-feira (15).
Lula visitou as pirâmides há 20 anos, quando esteve pela primeira vez no país em seu primeiro mandato. A primeira vez do petista no país foi em 2003. Também foi a primeira vez de um chefe de Estado brasileiro no Egito desde as viagens de Dom Pedro II na década de 1870.
O convite para a visita, que celebra os 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito, foi feito pelo presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, durante a COP 27, na cidade de Sharm el-Sheikh, evento do qual Lula participou ainda como presidente eleito em dezembro de 2022. Os dois vão se reunir na quinta-feira (15). Na pauta, entre outros assuntos, estará o conflito entre Israel e o Hamas.
O Egito ocupa um papel importante na negociação de um acordo entre Israel e Hamas. Lula também deverá agradecer Abdel pela participação na retirada de brasileiros e seus familiares da Faixa de Gaza. O Egito é o único ponto de saída de Gaza, já que a fronteira com Israel está fechada desde o início da guerra.
Ainda na quinta-feira, estão previstas assinaturas de atos bilaterais, um almoço oficial e declaração de ambos os chefes de Estado à imprensa. Lula também fará uma visita à sede da Liga dos Estados Árabes, no Cairo.
No fim do dia, a delegação brasileira embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde o presidente Lula irá participar como convidado da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, nos dias 16 e 17. O governo brasileiro tem convites para reuniões bilaterais com diversos países e órgãos.
O Egito é atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África: em 2023, o comércio bilateral entre os dois países chegou a US$ 2,8 bilhões (sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão em produtos brasileiros exportados), atrás apenas da Argélia, com US$ 4,2 bilhões. O país africano também se tornou integrante do BRICS em 2024 e participará do G20 a convite do governo brasileiro, que preside o bloco até dezembro.
O comércio entre as nações tende a aumentar nos próximos anos, após a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros em 2023, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno. A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.