Lula nega que tenha feito convite para Tabata assumir ministério

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que tenha convidado a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia como forma de tirá-la da corrida eleitoral à prefeitura de São Paulo. O petista disse que seu objetivo é “derrotar o Bolsonarismo” na capital paulista. 

"Tenho uma relação de muito respeito com a Tabata, uma jovem que tem um futuro político nesse país. Eu jamais iria tentar corrompê-la com um cargo para ela não ser candidata a prefeita. Ela sabe o que pode fazer, tem noção do que é São Paulo. Se ela quiser ser candidata a prefeita, e ela vai ser, porque tem um partido político que vai decidir, não é o presidente Lula que vai impedir”, declarou durante entrevista à rádio CBN Recife. 

Atualmente, o Ministério da Ciência e Tecnologia é comandado por Luciana Santos (PCdoB). Tabata Amaral, de 30 anos, é pré-candidata e conta com o apoio do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). O gesto de Lula, noticiado no último fim de semana pela coluna Painel da Folha de S. Paulo, seria uma forma criar uma frente ampla para o seu apadrinhado político, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), de 41 anos. 

Segundo interlocutores do PT e PSB ouvidos pelo jornal paulista, o objetivo seria pavimentar uma eleição polarizada com o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Atualmente, Nunes conta com o apoio do Partido Liberal do ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, adiantou, na última segunda-feira (29), que Bolsonaro irá apoiar Nunes. 

"Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu estarei apoiando. Se os dois forem para o segundo turno, aí sim, vai ter divergência. Mas o que nós precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo", disse o petista. 

Lula tem trabalhado dentro e fora do Palácio do Planalto na articulação política para promover Boulos. O petista inclusive atuou para que Marta Suplicy deixasse o governo de Ricardo Nunes para ser vice na chapa com o psolista. A ex-prefeita de São Paulo (2001-2004) e ex-senadora pelo PT deixou a agremiação em 2015. Ela já marcou a refiliação dela ao partido para a próxima sexta-feira, dia 2 de fevereiro, na Casa de Portugal, na zona central de São Paulo.