Caserna

Lula recebe generais no Planalto em tentativa de aproximação com militares

Petista já realizou seis agendas com as Forças Armadas em menos de um mês; Palácio do Planalto trabalha para diminuir o bolsonarismo na caserna

Por Manuel Marçal
Publicado em 04 de abril de 2023 | 10:15
 
 
 
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Em sexta agenda em menos de um mês com militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe representantes das Forças Armadas no Palácio do Planalto nesta terça-feira (4) para cerimônia de apresentação dos Oficiais-Generais recém-promovidos, no dia 31 de março, marcada para às 16h.  

O compromisso é visto nos bastidores do governo com mais uma estratégia de aproximação do mandatário com a caserna, uma vez que a relação entre o Palácio do Planalto e o militares ficaram estremecidas desde o dia das invasões, em 8 de janeiro, aos prédios sede dos Três Poderes.  

A cerimônia de apresentação dos Oficiais-Generais recém-promovido ocorre três vezes ao ano. Será o primeiro evento do tipo que Lula participa desde o dia que tomou posse em seu terceiro mandato. O petista promoveu 56 oficiais das Forças Armadas: Exército, Marinha e Aeronáutica. 

Estão confirmados para a solenidade os três chefes das Forças: general Tomás Miguel Ribeiro Paiva (Exército); almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen (Marinha); tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica) e o Ministro da Defesa José Múcio Monteiro.  

Um dos desafios que o presidente Lula encontra na caserna é a resistência ao seu nome no meio militar. O petista reiterou inúmeras vezes, em eventos públicos, que o ex-presidente Jair Bolsonaro se apropriou, pelo viés ideológico, das Forças Armadas. A “Bolsonarização” no militarismo é um desafio também para José Múcio e os chefes das Forças que tentam despolitizar a tropa.  

O novo presidente do Superior Tribunal Militar, o ministro Joseli Parente Camelo, em seu discurso de posse no dia 16 de março destacou, na presença do presidente Lula e de representantes dos três poderes, que militares na política não faz bem às Forças Armadas.  

A cerimônia de posse no Planalto ocorre em meio a uma outra crise de imagem envolvendo os militares. Uma auditória do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o Exército fez uso indevido de recursos destinados a pandemia de Covid-19. A Força comprou picanha, salgadinho e até utilizou parte da verba para fazer reforma de quartéis.  

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