ARGENTINA

Lula sobre acordo UE Mercosul: 'Queremos fazer uma política de ganha-ganha'

Petista assume nesta terça-feira (4) a presidência do Mercosul; principal desafio é selar acordo entre os blocos União Europeia e Mercosul

Por Manuel Marçal
Publicado em 04 de julho de 2023 | 08:54
 
 
 

No mesmo dia que assume a presidência rotativa do Mercosul - com o desafio de selar o acordo de livre-comércio entre União Europeia e o bloco econômico- o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta terça-feira (4), as cláusulas impostas pelos europeus e afirmou que "não quer fazer uma política que eles ganhem e a gente perca". 

“Estamos agora preparando outra resposta, porque vamos a Bruxelas discutir com a União Europeia e os países da América Latina, e precisamos ter uma resposta do que nós queremos pra consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha, a gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca”, disse durante o programa “Conversa com o Presidente” transmitido pelos canais oficiais da EBC.

Segundo uma das cláusulas impostas pelos europeus, os países do Mercosul teriam que abrir mão das compras governamentais, em que empresas internacionais poderiam também participar das licitações e contratos. “Se abrir mão das empresas brasileiras para favorecer as estrangeiras, a gente vai matar os médios e grandes empreendedores e vamos acabar com muitos empregos”, destacou.

É a primeira vez que o presidente Lula realiza a live presidencial em território estrangeiro. O petista concedeu entrevista do Hotel Gran Meliá Iguazú, na Argentina, onde está hospedado. O local é o mesmo onde acontece a Cúpula de chefes de Estado do Mercosul e nações associadas ao bloco.

Outro obstáculo a ser enfrentado tem a ver com a preservação do meio ambiente. O parlamento europeu impôs restrições caso os países não consigam atingir as metas do Acordo de Paris.

Lula voltou a reiterar que ninguém no mundo “tem moral” para discutir com o Brasil sobre a questão da energia limpa. O petista reconheceu que a política ambiental do ex-presidente Jair Bolsonaro prejudicou a imagem do país no cenário internacional nas questões de desmatamento e proteção dos povos indígenas.

Lula pontuou que terá que negociar com os líderes internacionais sobre as cláusulas para chegar a um consenso. “Nada de um parceiro estratégico colocar espada na cabeça do outro”.

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