Presidência

Michelle e Braga Netto negam ida de Bolsonaro a hospital

Informações iniciais deram conta de ida do presidente ao Hospital das Forças Armadas na noite de quinta (17) após sentir dores abdominais

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 18 de novembro de 2022 | 10:34
 
 
 
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A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto (PL), que concorreu ao cargo de vice-presidente nas eleições deste ano, negaram que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha dado entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília (DF), na noite de quinta-feira (17) após sentir dores abdominais.

Nesta sexta-feira (18), por meio do Instagram, Michelle compartilhou uma notícia sobre o assunto e chamou de "mentira". A primeira-dama acusou o portal responsável pela informação compartilhada e reclamou de matérias feitas sem averiguação.

Braga Netto, ao ser questionado por jornalistas no Palácio da Alvorada - residência oficial do presidente - se Bolsonaro foi ao hospital, fez sinal de negativo com a mão e disse que o presidente "está em casa". 

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado também negou a informação. Em um vídeo no Instagram, ele disse que a notícia de uma internação de Bolsonaro "não procede" após ter agenda com o presidente na manhã desta sexta. Veja abaixo:

Bolsonaro foi ao HFA com fortes dores na região abdominal na noite de quinta, segundo o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), que disse ter ouvido fontes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.

Ele teria realizado exames para avaliar a necessidade de uma nova cirurgia no local - procedimento realizado quatro vezes desde a facada sofrida pelo mandatário na campanha eleitoral de 2018. Por conta do episódio, ele estaria com uma nova hérnia na cicatriz de cirurgia

Pessoas próximas têm afirmado que o presidente se machucou e desenvolveu uma infecção na perna, chamada erisipela, mas já estaria melhor e voltaria a despachar presencialmente na próxima semana.

Bolsonaro completa três semanas sem fazer live

Bolsonaro completou três semanas sem fazer a live semanal. É a primeira vez que ele fica tanto tempo sem a outrora tradicional transmissão, que usava para falar da sua gestão, opinar sobre questões nacionais e internacionais, atacar adversários adversários, entre outras coisas. Nem mesmo quando estava fora do país ele abria mão de tal compromisso, que não cumpriu na noite desta quinta nem nas duas últimas.

Bolsonaro segue recluso no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência da República. Com mandato a cumprir até 31 de dezembro, ele não tem se deslocado sequer para o Palácio do Planalto, seu local de trabalho. Continua em silêncio nas redes sociais. Comportamento que adotou desde a derrota nas urnas para seu maior rival político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno, realizado em 30 de outubro.

As únicas publicações na internet são publicidades do seu governo, feitas pela equipe de comunicação. Não há comentários sobre nenhum evento nacional ou internacional. Ele não se manifestou nem sobre o possível pedido do seu partido para anular as eleições de 2022, tampouco falou algo a respeito das manifestações de apoiadores na última terça-feira (15). Também não fez qualquer pronunciamento sobre a data que marca a Proclamação da República.

Os raros compromissos oficiais de Bolsonaro são agendados para a residência oficial, onde passa a maior parte do dia sem receber visitas. Na quarta-feira (16), a única reunião estava marcada para às 15h, com previsão de acabar às 15h30. Ele recebeu o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. No mais, ao menos oficialmente, não fez qualquer trabalho. Já na quinta, não teve nenhum compromisso oficial algum. Para esta sexta (18), só há uma reunião na agenda, marcada para acontecer entre 9h e 9h30, com Luiz Antônio Nabhan Garcia, secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Bolsonaro não fala com apoiadores desde derrota para Lula

Jair Bolsonaro também tem se mantido distante dos seus apoiadores desde a vitória de Lula. Com a rotina de encontros quase diários com bolsonaristas no chamado “cercadinho” do Alvorada durante seu mandato, o chefe do Executivo nunca mais saiu para conversar com a militância. 

A agenda de Bolsonaro deixou de ser cumprida do Palácio do Planalto – sede do governo e do gabinete presidencial – na maioria dos registros disponíveis. O mandatário esteve no local apenas em duas ocasiões: em 31 de outubro, um dia após o resultado eleitoral, e em 3 de novembro, quando teve um rápido encontro com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

Desde 30 de outubro, os compromissos da agenda oficial têm sido cumpridos no Alvorada e se resumem a encontros com ministros, além de despachos internos. Fugiu à regra de isolamento, apenas, um encontro com o governador reeleito do Paraná Ratinho Júnior (PSD), em 9 de novembro. Nas duas últimas duas semanas, seis dias úteis constaram sem compromissos oficiais na agenda do presidente.

Bolsonaro não fez reconhecimento público da vitória de Lula

Além das duas idas ao Planalto, Bolsonaro foi visto deixando o Alvorada em apenas mais uma ocasião. Em 1º de novembro, ele foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) e se reuniu com ministros após o único pronunciamento feito desde o segundo turno e quase 45 horas depois de sua derrota.

Em pronunciamento de dois minutos, ele não reconheceu a vitória de Lula e afirmou que a reação de apoiadores com manifestações ao redor do país e o bloqueio de estradas era “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu as últimas eleições”, reprovando o “cerceamento do direito de ir e vir”. Sem uma condenação enfática aos atos dos apoiadores, Bolsonaro foi às redes sociais dois dias depois, em 3 de novembro, quando publicou um vídeo pedindo a liberação das rodovias.

As publicações feitas em redes sociais, antes frequentes e realizadas mais de uma vez ao dia, também ficaram espaçadas. Além do vídeo aos apoiadores, o mandatário apareceu apenas  em 8 de novembro e publicou fotos de sua campanha eleitoral. Diferentes imagens foram divulgadas no Twitter, Facebook e Instagram, sem qualquer legenda. Há registros, inclusive, do lançamento de sua candidatura em julho, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ).

Na última quinta-feira (10), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que esteve com Bolsonaro e que o presidente estava “muito sereno”. “Ele sabe o que representa para o Brasil, o tamanho do Bolsonarismo e que saiu vitorioso nas eleições do Congresso e governadores”, publicou no Twitter.

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