Perfis bloqueados pela Presidência têm Chapolin da Goiabeira e Super Torresmo

Super Torresmo, Chapolin da Goiabeira, Milico Não Dá Palpite, Zé Ruela, Dedé Santana SQN, Tchau Trump, Desculpa Ser Chato entre outros nomes e arrobas. Esses são alguns dos perfis, do total de 1075 contas, que foram bloqueados pela secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), nas redes sociais do Palácio do Planalto, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro.  

Os usuários foram impedidos de seguir e ler conteúdo do governo federal. Porém, o atual governo impôs sigilo a lista das contas, após pedido de acesso à informação realizado pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas. O Planalto alegou que se tratava de informação pessoal. 

Nesta semana, a Fiquem Sabendo divulgou a lista após a Secom da Presidência reverter o sigilo de perfis bloqueados nas redes sociais do Planalto (@govbr, @secomvc e @planalto). 

Em uma análise de algumas contas que foram bloqueadas no Twitter, por exemplo, é possível ver que alguns usuários se intitulam como professores, historiadores, músicos, humoristas, pessoas de esquerda e defensores dos Direitos Humanos.  

Algumas inclusive, mostram sua paixão pelo time do coração, como é o caso ‘Lucas Oliveira’ que se diz “social-democrata e Atleticano” e do ‘Jefferson Santos’ que escreveu “Um Brasil com Lula, Corinthians, curiosidades. Contabilidade, Consultor Imobiliário e Perfumaria”.  

Mas não só pessoas de esquerda foram bloqueadas pelas contas do Palácio do Planalto durante a gestão Bolsonaro. No perfil de ‘Rodrigues Lima’ existe uma montagem de uma foto do senador Sérgio Moro (União Brasil – PR) usando a faixa presidencial. Na descrição do perfil, o usuário escreveu “sem político do estimação...contra corrupção”.  

A atual gestão informou que não bloqueou mais perfis nas redes sociais e que estuda se pode reverter os bloqueios de contas realizados na gestão anterior. 

O entendimento da CGU sobre liberação das informações 

Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu, em atendimento ao pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rever sigilos de documentos da Administração Pública da gestão Bolsonaro. Entre os sigilos, incluía acesso aos perfis de pessoas bloqueadas em redes sociais institucionais do governo federal.  

"O exame sobre a relação de perfis bloqueados – e não apenas da motivação para a sua exclusão –, desse modo, pode indicar padrões discriminatórios na conduta de agentes públicos, motivo pelo qual não se deve restringir o acesso a essas informações, com base na proteção da informação pessoal", escreveu a CGU em parecer encomendado pela própria Presidência da República. 

Veja a quantidade de bloqueios por rede social: 

@secomvc Instagram - 15 

@secomvc Twitter - 91  

@secomvc Facebook - 39  

@governodobrasil Instagram - 7 

@govbr Twitter - 26  

@governodobrasil Facebook - 38 

@planalto Twitter - 172  

@planalto Facebook - 687 perfis 

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.